Começaram
por vender ao desbarato os terrenos onde estão implantados edifícios históricos
que são património arquitetónico ímpar, recheados de azulejaria e outras
preciosidades, sem que os cidadãos saibam qual vai ser o seu destino...
Entretanto estes hospitais públicos pagam rendas
exorbitantes por edifícios e terrenos que sempre foram nacionais (consta que
serão cerca de 6 milhões/ano...) Preparam-se para destruir os Hospitais Civis
que reúnem equipas de profissionais de saúde de alta qualidade, com um serviço
reconhecido internacionalmente em muitas áreas, sem garantir uma verdadeira
alternativa. A qualidade do exercício clínico depende das equipas de saúde, das
pessoas. Desmembrar e destruir é fácil. Fazer renascer demora muito mais. Os
profissionais dos Hospitais Civis foram sempre o motor da evolução, da
inovação; faz parte da cultura dos "Civis" a participação e empenho
na resolução de problemas, o espírito de serviço público, o trabalho em equipa.
Desdenhar esta herança, é crime! Constatamos a sistemática redução da sua
capacidade: desde 2003 o número de camas foi reduzido de 2195 para 1403 para
uma população das freguesias referenciadas de 643 183. Do mesmo modo, a redução
brutal em pessoal origina mais dificuldades em manter a qualidade de cuidados,
tanto mais que estes hospitais são a referência em cuidados especializados para
grande parte do sul do País. Diminuir mais o acesso à saúde dos cidadãos é
crime!
A população é envelhecida, dependente,
empobrecida, que recorre com frequência aos serviços de saúde. Se estes
hospitais desaparecerem ficam sem alternativas, pois deslocarem-se para
Chelas... só de ambulância e em situações extremas! Esquecer as limitações e
dificuldades da população, é crime!
Não é aceitável a destruição dos
"Civis" quando faltam na cidade hospitais de retaguarda de cuidados
continuados, bem como melhor acesso a cuidados de reabilitação e cuidados
domiciliários para os doentes crónicos.
O Hospital de Chelas não é por si só uma
alternativa. Os Hospitais Civis devem manter-se!
Pilar Vicente
Médica e dirigente da Federação Nacional dos
Médicos (FNAM)
01 FEV 2014
2 comentários:
Todo um património desbaratado, quer patrimonial, quer humano!
Lamentável! :(
Beijinhos Marianos! :)
Trata-se de uma política destinada a entregar aos privados os setores mais rentáveis da Saúde, da Educação e da Segurança Social.
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