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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Portugal irá ser um enorme Lar de Idosos, com frente para o mar...


Houve mais 16 mil funerais do que partos só no primeiro semestre
Este ano o défice demográfico terá a maior expressão de que há memória com o número de mortes a ultrapassar largamente a quantidade de nascimentos.
Os que morrem são mais do que os que nascem em Portugal e os que saem também suplantam os que entram. Já não é novidade dizer que a população portuguesa está a encolher, mas em 2012 este fenómeno terá a maior expressão de que há memória.
Aos défices financeiros Portugal soma défices demográficos consecutivos. Se considerarmos apenas os seis primeiros meses de 2012, morreram quase mais 16 mil pessoas do que as que nasceram em Portugal, o que se justifica em parte devido ao pico da mortalidade verificado em Fevereiro e Março. É muito? Para alguns especialistas, é demasiado. A manter-se a tendência, será "preocupante". Em 2011, o número de funerais suplantou em cerca de seis mil o total de partos, e nessa altura já soaram campainhas de alarme.
PÚBLICO
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A prazo, a taxa de natalidade, a diminuir alarmantemente, será a grande arma assassina da coesão económica e social de Portugal. Os seus efeitos devastadores irão sentir-se a partir da próxima década, se, entretanto, não for encontrada a forma de encontrar uma alternativa, arrojada e credível, que devolva aos portugueses a esperança que, criminosamente, está a ser-lhes negada pelas gravosas e inúteis políticas de austeridade, que irão reproduzir-se ano após ano até a exaustão final. Chegará então o momento em que "Portugal   irá ser um enorme Lar de Idosos, com frente para o mar"...
Nunca foi tão urgente cantar Fernando Lopes Graça.
Acordai, portugueses!...
*
Acordai

acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

Poema: José Gomes Ferreira (O Poeta Militante)
Música: Fernando Lopes Graça