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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Portugal divergiu desde a criação do euro e a tendência deverá acentuar-se

Portugal: Variação anual do PIB per capita e do consumo público e privado
per capita em paridade do poder de compra

Dados de 2011 mostram a maior queda do PIB per capita português face à média europeia desde pelo menos 1995.
Ao fim de 14 anos com o euro como divisa, Portugal não conseguiu concretizar a desejada convergência com os seus parceiros da União Europeia. No final do ano passado, o seu nível de bem-estar económico em comparação com a média da UE era já mais baixo do que no ano da criação da moeda única e a tendência, neste ano e nos próximos, é, segundo as últimas previsões, de ainda mais divergência.
PÚBLICO
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Se outros argumentos não existissem, esta manifesta divergência  entre Portugal e os países da UE, de dois dos indicadores macro económicos mais importantes, o produto e o consumo, deixa bem claro que a adesão à moeda única foi um enorme erro estratégico. O outro grande erro foi a aceitação acéfala e acrítica do Memorando de Entendimento, disfarçadamente imposto pelas instâncias europeias. E, tal como aqui insistentemente temos defendido, e como para grandes males, grandes remédios, a única solução de tornar o país viável passará pela denúncia daquele memorando, pela renegociação da dívida (não a qualquer preço) e pela rápida saída do euro, adotando uma moeda nacional que possa, através da desvalorização, ajustar-se melhor ao estado da economia. Portugal deve seguir o exemplo da Argentina que, no início deste século, correu com o FMI, e libertou a sua moeda nacional, o peso, da anteriormente imposta correlação com o valor do dólar. Hoje, a Argentina é um país em franco crescimento, sustentado por um setor exportador dinâmico.