"Espero que o melhor para Portugal esteja
na mente dos políticos"
O Presidente garante que preparou todos os
cenários de governação possíveis e os passos a seguir em cada um dos cenários.
Sem comentar os encontros entre as várias forças
politicas dos últimos dias, Cavaco disse que ainda tinha “uma forte esperança
que o superior interesse de Portugal não deixará de estar na mente de todos os
nossos agentes políticos”.
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Cavaco Silva pode fazer as contas dos votos, de
acordo com as suas conveniências e as suas conivências partidárias, e escolher
o primeiro-ministro que muito bem entender, faculdade que a Constituição lhe
outorga. Mas ele também deve saber que o governo que resultar da sua escolha
irá ser submetido a escrutínio, na Assembleia da República, onde apenas contam
os mandatos dos deputados e não os votos obtidos por cada partido, nas eleições
legislativas. E aí, então, a música é outra, pois cai por terra o ardiloso
argumento, que anda por aí, o do partido mais votado e que a Constituição não
explicita. A Constituição, neste caso, é muito clara, pois diz que o Presidente
da República, uma vez conhecidos os resultados eleitorais, convoca os partidos
com assento parlamentar e, depois, tendo em conta esses mesmos resultados
eleitorais, decide-se (numa decisão unicamente pessoal) pela indigitação do futuro
primeiro-ministro. E compreende-se que os constituintes tenham legislado desta
forma, pois assim pode evitar-se um eventual impasse político e constitucional
de ter de ser escolhido um primeiro-ministro que, embora pertencendo ao partido
mais votado, não tem todavia a maioria de deputados. É o que poderá acontecer
se Cavaco Silva indigitar Passos Coelho para primeiro-ministro, tendo apenas como
garantia os votos dos deputados da coligação de direita, em minoria. Formar-se
á um governo a prazo, periclitante e totalmente dependente da oposição.
A crise política, que vier a resultar de uma má
escolha de Cavaco Silva, seja a de nomear Passos Coelho como primeiro-ministro do
novo governo ou a de transformar o actual governo em governo de gestão, até
que, segundo a Constituição, possam realizar-se novas eleições legislativas, será
da sua exclusiva responsabilidade.
A Cavaco não basta que ande a dizer aos outros
que os interesses do país devem estar acima dos interesses partidários. Ele,
como Presidente da República, tem também de assumir para si, em relação às suas
decisões políticas, esse mesmo princípio. E eu sei que isso é muito difícil
para ele.
2 comentários:
Difícil, não
É mesmo impossível
Eu explico
o homem não está bem
(o que não será novidade para ninguém)
assinou um documento
em letra quase irreconhecível
de pronto levado a uma grafóloga
Cavico Salva
Diagnóstico:
esta criatura
não tem cura
Não, Rogério Pereira. O que é "impossível" para Cavaco é aprender a mastigar o bolo-rei...
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