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sábado, 7 de novembro de 2015

É urgente a mudança!

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Bill Maher
Amabilidade de João Fráguas

Não sei quem é Bill Maher. Mas não faz mal. O que interessa é que ele proferiu uma afirmação verdadeira, com a qual todos nós concordamos. Na realidade, ninguém pode votar bem, quer dizer, ninguém, politicamente, poderá defender os seus interesses, se não estiver bem informado e se não procurar uma base mínima de entendimento do complexo mundo da Política, da Economia, da História e da Sociedade. É um problema universal, de difícil resolução. Mas tenhamos esperança, pois hoje o número de pessoas esclarecidas já é significativo. E será desejável que assim seja, para que não se confirme um desabafo meu, escrito por aqui, há uns meses, e que dizia: Um paradoxo que existe entre a Ditadura e a Democracia, é que, em Democracia, por vezes, é o povo que escolhe os carrascos.
Mas, no momento em que escrevo este pequeno e modesto texto, começo a sentir a aproximação do tempo da mudança e do renascimento da esperança. Os sinais são animadores. São sinais de uma ruptura (embora diplomaticamente suavizada) com um tenebroso passado recente e que poderão novamente ser o anúncio de uma nova onda de choque que varra a empedernida Europa. Não seria a primeira vez que Portugal serviria de exemplo e de modelo, ao posicionar-se na vanguarda da descoberta de novos caminhos. Sem querer comparar o que é incomparável, recordemos os Descobrimentos, que rasgaram com a sua luz, a escuridão medieval europeia, e a revolução de Abril, que, por efeito de simpatia, contribuiu para o derrube de todas as ditaduras militares, existentes à época, na Europa e na América Latina.
E ninguém nos agradeceu esse trabalho… Antes nos roubaram o seu produto… E, agora, querem continuar a roubar-nos… É urgente a mudança!

6 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

A mudança já começou
dia 10 é apenas a data oficial

a partir de agora
vão-se suceder coisas que nunca aconteceram...

Alexandre de Castro disse...

Eu julgo que a maioria dos portugueses ainda não interiorizou o grande significado desta mudança no cenário político do país. Passados quarenta anos, rompeu-se o tradicional arco da governação, que se julgava eterno e intocável. A direita sai de cena humilhada, e esta humilhação vai inspirar-lhe sentimentos de vingança. Cavaco Silva vai sair de rastos do Palácio de Belém. E talvez desmaie. Passa à categoria de mono.
Mas, se os tempos são de esperança, também irão ser tempos de muitos perigos. Vão reaparecer na nossa sociedade o revanchismo e o reaccionarismo mais primário. A direita vai aplicar todas as técnicas das teorias da conspiração. As provocações vão ser muitas.
Aos verdadeiros democratas compete contribuir para a defesa intransigente do novo regime. Julgo que se poderá falar assim, num novo regime, o verdadeiro herdeiro do espírito do 25 de Abrl.
AVANTE, CAMARADA!... 25 DE ABRIL, SEMPRE!...

Feliciano disse...

Uma pequena e simples correcção na minha humilde opinião. Gostei do texto, mas acho que desta vez foi a Grécia que esteve na vanguarda da mudança necessária nestes tempos modernos. Foram eles que em primeiro lugar tentaram romper com a situação actual. Penso que se pode dizer assim. Nós, e bem, respondemos apoiando essa ruptura.

O Puma disse...

No repasto do Assis

sobraram os leitões

Alexandre de Castro disse...

Feliciano:
Obrigado, pela sua visita e pelo seu oportuno comentário.
Dou-lhe apenas parte da razão. Na realidade, a Grécia foi o primeiro país a ensaiar uma rebelião contra a austeridade e contra a troika. Mas o processo em Portugal foi diferente. Na Grécia, foi um partido fora do sistema do chamado arco do poder, e que se formou em plena crise, a liderar a contestação. Em Portugal, foi um partido do arco do poder a abandonar o campo político, onde sempre esteve desde o Pacto da Alameda, e que agora foi rasgado. Esta diferença é fundamental para dar resposta à chantagem que aí vem. Mas a Alemanha e as instituições europeias não poderão fazer a mesma coisa que fizeram à Grécia, sob pena da sua reputação institucional degradar-se ainda mais. Teriam de inventar um grande pretexto para justificar, perante a opinião pública europeia, qualquer tipo de represália ou de vendeta vingativa. Ao contrário do Siryza, o PS tem o respaldo dos partidos que fazem parte do Partido Socialista Europeu, que não deixariam de manifestar o seu descontentamento, até para agradarem aos seus respectivos eleitorados, se a chantagem e a imposição de medidas coercivas a Portugal fossem assumidas pelas estâncias europeias.
Foi esta originalidade, a de ser um partido do sistema a fazer uma revolução de veludo, mudando de campo, que me levou a não considerar o processo grego, que aliás, e por motivos inexplicáveis, fracassou em toda a sua extensão e profundidade, pois os gregos ficaram pior do que estavam.
Um abraço


Alexandre de Castro disse...

Puma: Os leitões tramaram o Assis. Sempre me pareceu que, neste processo, fazer a contestação com esterdalhaço e na rua, em vez de levantar o assunto nas estruturas do seu partido, não era o melhor caminho para impor a sua vontade. O país está farto de incendiários.