Em causa está o processo dos vistos gold.
Procurador do Supremo Tribunal de Justiça considera a conversa
"normal".
Um juiz recebe uma chamada de um dirigente do
Ministério da Justiça - no caso António Figueiredo, presidente do Instituto de
Registos e Notariado (IRN) - a quem tinha pedido o favor de lhe explicar como é
que se deveria proceder para registar uma criança com um nome mirandês. Depois,
fica a saber que António Figueiredo, atualmente em prisão preventiva, desconfia
que está a ser investigado e sob escuta da PJ. Supreendido com a notícia, Luis
Vaz das Neves, que é presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, reage assim:
"Desde já lhe digo e lhe quero manifestar que tudo, mas tudo que o soutor
entenda que possa ser útil, porque eu conheço o soutor, estou totalmente
disponível para tudo".
***«»***
Transversalmente, nas altas esferas do poder, o
regime está contaminado, de forma larvar, pela corrupção e pelo nepotismo, e já
é impossível corrigi-lo, por via pacífica e consensual. Cada vez mais se impõe
uma solução de rutura, que estabeleça uma nova ordem política, orientada para o
bem comum. Políticos, banqueiros, juízes e altos funcionários de Estado já
atuam em comandita, protegendo-se uns aos outros. Diz-nos a História recente
(sec. XX), da América Latina, que, quando as coisas começam assim, têm
tendência, tal como uma mancha de óleo, a alargarem-se a algumas classes
intermédias da sociedade e a elementos ativos das instituições de forças da
Segurança Pública, com estes últimos a organizarem-se em exército secreto, para
eliminarem indesejados e perigosos contestatários. Será a lei da selva, com os
diversos lobies e cartéis a retalharem e a venderem o país, de acordo com os
seus interesses.
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