O autarca de Cascais [Carlos Carreiras] considera
que, apesar das novidades no campo político relativamente a candidaturas
presidenciais, é importante “o país voltar a concentrar-se nos assuntos que
realmente importam”.
“Ter ou não ter filhos é uma decisão individual.
Mas a calamidade demográfica em que o país se encontra faz desta uma matéria
política e uma prioridade patriótica”, escreve o social-democrata no artigo de
opinião que assina esta quarta-feira no jornal i, antecipando o “ritmo
insustentável de destruição de capital demográfico”, que em 2060 será notado na
população: seremos apenas 8,5 milhões de portugueses.
***«***
A demografia é uma bomba relógio, que ameaça o
país, a médio e a longo prazo. Até a gente de direita percebe isto, embora
apenas alguns se atrevam a dizê-lo na praça pública. Com esta política de
severa austeridade - que vai prosseguir por muito tempo, para que, numa manobra
financeira complexa, a poupança gerada pelo Estado português vá pagar, não só a
dívida pública, contraída junto das instituições da troika, mas,
principalmente, a dívida acumulada pelos bancos privados portugueses sobre os
bancos privados da Alemanha, e cujos títulos são considerados produtos tóxicos
- o êxodo da nova geração, quer a mais qualificada, quer a menos qualificada,
vai desequilibrar o quadro demográfico, através da diminuição acentuada e
progressiva da taxa da natalidade. É um processo corrosivo e silencioso, que se
encontra fora das preocupações da maioria dos portugueses, que, naturalmente,
se encontram mais concentrados nas consequências imediatas da crise, com o seu
funesto cortejo da perda de rendimentos e com a progressiva falta de resposta
dos serviços do Estado Social (Educação, Saúde e Segurança Social).
Quando o número de idosos começar a ultrapassar
o número da população ativa, vai entrar-se na época apocalítica da tragédia social.
Não haverá dinheiro para pagar as reformas dos jovens atuais, o PIB desacelará
em ritmo exponencial, o Estado Social ficará reduzido ao nível da inutilidade,
e Portugal descerá ao inferno do Terceiro Mundo.
E a concretizar-se esta tragédia, no futuro, os
responsáveis seremos todos nós, que iremos votar nas eleições legislativas de
Outubro deste ano e nas presidenciais de Janeiro do próximo ano.
**
NOTA:
APROVEITO PARA INFORMAR OS LEITORES DO ALPENDRE
DA LUA QUE, ESTE ANO, NÃO VOU FESTEJAR O 25 DE ABRIL DE CRAVO AO PEITO.
VOU DE LUTO, COM UMA BRAÇADEIRA PRETA NO BRAÇO.
E ISTO, PORQUE O 25 DE ABRIL MORREU E UM OUTRO ABRIL AINDA NÃO NASCEU.
E ISTO, PORQUE O 25 DE ABRIL MORREU E UM OUTRO ABRIL AINDA NÃO NASCEU.
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