O Governo grego vai assinar um acordo energético
com a Rússia, já na próxima semana. A notícia está a ser avançada pela revista
alemã Der Spiegel, que cita fontes do Syriza, o partido do primeiro-ministro
grego.
A assinatura vai permitir a Atenas receber até 5
mil milhões de euros em pagamentos antecipados, numa altura em que os cofres
públicos estão praticamente vazios.
Em causa, está o gasoduto que a Rússia quer ter
pronto até 2019 e que vai permitir ligar o país à Europa. A Grécia pode receber
já os futuros benefícios, por ser um dos países por onde vai passar a
estrutura.
Entretanto, continua sem chegar a acordo com os
credores internacionais. O plano de reformas grego está a ser discutido em
Paris, pelo chamado "grupo de Bruxelas", que integra membros da
troika. Contudo, os técnicos já avisaram que não estão satisfeitos com a falta
de progressos nas negociações.
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Este acordo poderá significar o princípio de uma
nova era para a Grécia e o fim do euro, para a Europa. Poderá ser também uma
grande oportunidade para Putin se vingar das provocações de que a Rússia está a
ser alvo, em relação à Ucrânia.
Se a Grécia também avançar com a concessão à
Rússia, que tem manifestado esse interesse, da exploração das enormes jazidas
de gás e de petróleo no Mar Egeu e no Mar Jónico, e se parte dos pagamentos
respetivos puderem ser antecipados, então e cessação dos pagamentos da
dívida grega à troika poderá verificar-se, sem as turbulências que uma
bancarrota acarretaria, já que o financiamento para as despesas correntes do
Estado grego ficaria assegurado, pela Rússia. A turbulência, com consequências
políticas, económicas e sociais imprevisíveis, passaria para os países do euro
e para todos os países UE, que ficariam a arder, com o passivo da dívida grega.
Perante um cenário desta dimensão, naturalmente
catastrófico, ficaria em causa, devido à teimosia e à chantagem da Alemanha e
dos seus indefectíveis aliados, a existência da própria União Europeia.
AC
AC
Agradeço ao João Fráguas o
envio desta notícia da SAPO.
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