Ficheiros
secretos: Finlândia admite Grexit através da "aprovação silenciosa de
outros países"
Nota secreta foi divulgada esta quinta-feira
pela imprensa local. No documento, o ministro das Finanças finlandês já se
prepara para a saída da Grécia da zona euro. Antti Rinne alerta para o risco de
contágio da crise grega aos outros países no sul da Europa.
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Quando a informação - relativa a questões
políticas e económicas, que deveria ser aberta e até pública, porque a
democracia assim o exige - circula em ficheiros secretos, é porque já não
existe a coragem de assumir a verdade. E a verdade, como se pode ver neste caso
da Grécia, é que a União Europeia e a moeda única assentam na mentira, uma
mentira que apenas serviu para encobrir um gigantesco processo de rapina, que
engordou as economias dos países mais ricos, através do engodo das ajudas
comunitárias e, posteriormente, da promoção acelerada do endividamento dos
países mais pobres do espaço europeu. As ajudas europeias (com os dinheiros de
todos os estados membros, que comparticipavam em sessenta por cento o custo dos
projetos) tinham por objetivo promover as exportações dos países mais ricos. Eu
dou um exemplo. Todo o alcatrão para a pavimentação das auto-estradas e
estradas, de Portugal foi importado da Alemanha. O equipamento pesado para a
construção civil também veio da Alemanha, na sua maior parte. Com mais
auto-estradas e com as facilidades, intencionais e enganadoras, de acesso ao
crédito ao consumo, promoveu-se a importação de mais veículos automóveis,
fabricados pela Alemanha e por mais três ou quatro países ricos da Europa. É
fácil de ver, com este exemplo, que através deste mecanismo o valor
acrescentado ficava na Alemanha e nas economias mais desenvolvidas. Com a
dívida dos estados dos países da periferia e a dos seus bancos, o esquema de
rapina foi o mesmo. Promoveu-se o endividamento para comprar mercadorias e
serviços aos países mais ricos e para arrecadar as elevadas mais-valias com os
juros.
Isto é a União Europeia. Uma grande
multinacional de negócios, que escapa ao escrutínio dos cidadãos, e que tem em
Bruxelas o seu conselho de administração. É evidente que a saída da Grécia da
zona euro é o sinal mais evidente da desagregação da UE, na qual só alguns
ainda acreditam. Os ingénuos e os oportunistas.
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