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sexta-feira, 10 de abril de 2015

O processo de rapina da União Europeia


Ficheiros secretos: Finlândia admite Grexit através da "aprovação silenciosa de outros países"
Nota secreta foi divulgada esta quinta-feira pela imprensa local. No documento, o ministro das Finanças finlandês já se prepara para a saída da Grécia da zona euro. Antti Rinne alerta para o risco de contágio da crise grega aos outros países no sul da Europa.

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Quando a informação - relativa a questões políticas e económicas, que deveria ser aberta e até pública, porque a democracia assim o exige - circula em ficheiros secretos, é porque já não existe a coragem de assumir a verdade. E a verdade, como se pode ver neste caso da Grécia, é que a União Europeia e a moeda única assentam na mentira, uma mentira que apenas serviu para encobrir um gigantesco processo de rapina, que engordou as economias dos países mais ricos, através do engodo das ajudas comunitárias e, posteriormente, da promoção acelerada do endividamento dos países mais pobres do espaço europeu. As ajudas europeias (com os dinheiros de todos os estados membros, que comparticipavam em sessenta por cento o custo dos projetos) tinham por objetivo promover as exportações dos países mais ricos. Eu dou um exemplo. Todo o alcatrão para a pavimentação das auto-estradas e estradas, de Portugal foi importado da Alemanha. O equipamento pesado para a construção civil também veio da Alemanha, na sua maior parte. Com mais auto-estradas e com as facilidades, intencionais e enganadoras, de acesso ao crédito ao consumo, promoveu-se a importação de mais veículos automóveis, fabricados pela Alemanha e por mais três ou quatro países ricos da Europa. É fácil de ver, com este exemplo, que através deste mecanismo o valor acrescentado ficava na Alemanha e nas economias mais desenvolvidas. Com a dívida dos estados dos países da periferia e a dos seus bancos, o esquema de rapina foi o mesmo. Promoveu-se o endividamento para comprar mercadorias e serviços aos países mais ricos e para arrecadar as elevadas mais-valias com os juros.
Isto é a União Europeia. Uma grande multinacional de negócios, que escapa ao escrutínio dos cidadãos, e que tem em Bruxelas o seu conselho de administração. É evidente que a saída da Grécia da zona euro é o sinal mais evidente da desagregação da UE, na qual só alguns ainda acreditam. Os ingénuos e os oportunistas.

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