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domingo, 4 de dezembro de 2011

Passos retira culpas a Merkel e Sarkozy na crise portuguesa

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou hoje, no Porto, que a crise portuguesa “não é culpa do senhor Sarkozy ou da senhora Merkel”, apoiando os dois líderes europeus na defesa de um reforço da liderança económica europeia.
“Quando os países são indisciplinados e colocam em risco outros, é natural que os que geriram bem as suas economias e emprestam dinheiro queiram receber garantias em como o que emprestam será bem utilizado. Esse governo económico que precisamos de construir na Europa é essencial para que a Europa possa ser solidária”, sustentou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas.
PÚBLICO
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Com um primeiro-ministro destes, Portugal deixará de ser um país soberano e independente. Passará a ser um protectorado da Alemanha.
A mentira não é apenas o contrário da verdade. É também a intencional e tendiciosa distorção dessa mesma verdade, através da manipulação do seu sentido e desfocalização da sua centralidade. O problema não está em não querer pagar as dívidas, como pretende fazer crer o primeiro-ministro, sempre que se vê acossado pelas duras críticas à sua política suicida.. Ninguém colocou essa hipótese, embora na crise de 1891-93, o incumprimento tivesse sido declarado, sem que Portugal tivesse desaparecido do mapa. O problema situa-se ao nível da urgência imposta pela senhora Merkel para a correcção das contas públicas, através de um obtuso e irracional plano de austeridade, que vai arrasar a economia portuguesa, amarrando-a por uns largos anos  à estagnação. É uma mentira grosseira pretender fazer passar a ideia de que o crescimento poderá ocorrer com o aumento das exportações e a diminuição do consumo. Os ganhos de um dos factores são anulados pelas perdas do outro. Ninguém é capaz de apontar um exemplo de um país que tivesse crescido através de políticas recessivas, exceptuando o caso dos países exportadores de petróleo, o que não é o caso de Portugal.
Passos Coelho não entende este postulado axiomático das teorias keynesianas, que o pensamento neoliberal relegou para uma pasta de arquivo. Limita-se a papaguear o discurso da senhora Merkel, com visível subserviência e escandalosa subalternidade.       

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