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segunda-feira, 13 de março de 2017

Um grito de inconformismo _ por Maria De Fárima Duarte


Um grito de inconformismo 

Texto escrito, no Facebook, pela minha querida amiga Maria De Fátima Duarte, em resposta a uma minha intervenção naquele espaço. Um texto sem rodeios e sem preocupações estilísticas, que retracta a preto e branco a realidade vivida no nosso país, ao mesmo tempo que denuncia a indiferença e o alheamento de muitos portugueses, pela causa pública, que a todos diz respeito. Além de ser um texto escrito com alma e com raiva, é, acima de tudo, um grito de inconformismo, que pretende abanar as consciências adormecidas, pelo que merece ser aqui publicado.
Tomei a liberdade de o intitular “Um grito de inconformismo”.
AC
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Nem mais, meu querido amigo Alexandre de Castro, diz muito bem: "tudo o que fizermos de bem ou de mal vai repercutir-se nas próximas gerações".
E acrescento:
Temos feito mais mal que bem. E a factura para pagarmos é-nos apresentada com juros.
A maioria de nós, "zés" e "marias" e povinho, não tem noção da cratera em que estamos metidos. Pior, são egoístas e nem no futuro dos filhos pensam quanto mais no dos netos.
Alguns ainda conseguem ajudar seus filhos já adultos, mas não veem que eles não vão conseguir ajudar os deles por não terem como o fazer.
A falta de trabalho, os vencimentos e as reformas miseráveis, bem como o aumento do tempo para a reforma serão os maiores entraves.
No próximo ano, o tempo para a reforma vai de novo aumentar e, por este andar, em pouco mais de uma década a reforma vai passar para os 70 anos. E também há quem não perceba que roubar cinco anos aos idosos é muuuuuuuuuuuito tempo. Para muitos deles, são os últimos anos de suas vidas, nem vão chegar a usufruir das mesmas.
É mais preocupante o futuro dos nossos descendentes e o dos filhos deles do que propriamente o nosso.
E constato, indignada e triste, que há cidadãos que vivem com vencimentos e reformas mínimas e conformam-se, nada fazem para mudar o estado lastimoso do nosso Estado, senão maldizer de uns e irem em defesa de outros, recusando admitir que são todos farinha do mesmo saco.
Entretanto, o Alexandre, eu e outros como nós, que vemos a podridão em que estamos metidos, para além de lutarmos contra os politiqueiros permissivos e assaltantes, denunciando-os, ainda temos de ouvir os compatriotas "cegos e surdos", defenderem o indefensável e aceitarem os ruinosos erros e os desmandos dos carrascos. E, para cúmulo, ainda votam neles.
Maria De Fátima Duarte
2017 03 13

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