Dirigentes europeus caladinhos e bondosos...
O recente abrandamento da agressividade dos
vários líderes da União Europeia, em relação a Portugal - agressividade essa
que, há uns anos atrás, se manifestava diariamente e de um modo rotativo, através
do aparecimento de um deles, nos meios de comunicação social, para fazer duras
críticas ao governo português, por Portugal, no ponto de vista financeiro, não conseguir
alcançar as metas acordadas - deve-se exclusivamente ao medo que se instalou
nos gabinetes de Bruxelas e de Berlim, perante o surgimento da hipótese da
ascensão ao poder dos partidos da extrema direita. Recentemente, até passaram
com uma esponja o facto da dívida pública portuguesa ter aumentado, o que, há
uns dois anos atrás, teria sido um excelente pretexto para proferir discursos
ameaçadores.
Todos nós sabemos que os actuais partidos
europeus de extrema-direita são os herdeiros “civilizados” do nazismo e do
fascismo. Mas também sabemos que esses partidos não se inibem em anunciar
explicitamente aquilo que os partidos do sistema, que se alternam rotativamente
no poder, para implementar as mesmas políticas, ocultam da opinião pública, mas
que tentam fazer sub-repticiamente.
No final deste ano, e se nas várias eleições,
que vão decorrer na Europa, os partidos do sistema assegurarem confortavelmente
o poder, Portugal regressará novamente à condição de mau aluno. E então o
discurso muda, regressando à ameaça e à chantagem.
Alexandre de Castro
2017 02 02
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