Cavaco com os
seus pares no jogo da caça ao tesouro
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Cavaco,
o merceeiro-mor
É recorrente nos discursos do barão de
Boliqueime a seguinte frase: "Eu sempre disse" ou a sua variante,
"Eu sempre tenho dito", o que é uma introdução à sua intenção
expressa de querer exibir um pretensioso auto convencimento, que ele faz passar
por infalível, para que, a nível público, lhe seja reconhecida uma grande
capacidade de acertar em todas as previsões, feitas no passado, mas das quais
já ninguém se lembra, se é que elas foram realmente proferidas, o que eu
duvido. Com este artifício, ele pretende impor a imagem do político de visões
largas e profundas, que apenas estão ao alcance dos génios.
Cavaco é intelectualmente pobre. É o
homem que não passou dos limites mínimos dos conhecimentos obtidos na sebenta e
na cartilha. Falta no seu currículo a cadeira de Filosofia, que tem a grande
virtude de "ensinar a pensar" em profundidade e numa perspectiva
dialéctica. Falta "alma" ao seu pensamento. E, acima de tudo,
falta-lhe a modéstia, que o obrigaria a reconhecer a sua inutilidade
intelectual. Por isso, para não ser afrontado com esta sua indigência, apenas
se fez rodear por políticos merceeiros, avessos ao saber e mais vocacionados
para os negócios, e que o bajulavam, como se ele fosse um rei, mas que souberam
aproveitar-se das benesses do poder, principalmente aquelas mais escandalosamente
ilícitas.
Alexandre
de Castro
2017 02 18
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