Grã-Bretanha
salta fora da União Europeia
Nem
calculam como é agradável deitar-me e levar para o meu sono uma notícia
desagradável, e sobre a qual escrevi umas linhas, e ler, depois de acordar, uma outra notícia, agora agradável, que desmente a primeira.
O
Brexit ganhou, embora por uma unha negra. Mesmo que tivesse perdido, mesmo por
uma pequena margem, a humilhação da UE, tal como então afirmei, seria enorme.
E, com a vitória do Brexit, a UE sai desta refrega humilhada e vencida. Foi uma
derrota em toda a linha, que poderá vir a determinar o seu fim, se,
entretanto. não houver a clarividência dos dirigentes dos países europeus para
alterarem o seu paradigma último, que era o de construir uma federação
europeia.
Eu
já afirmei várias vezes que é impossível federar a Europa, quer por motivos
históricos, quer por motivos linguísticos. Ao longo da sua História, dominaram
sempre as forças centrífugas, baseadas nas diversidades nacionais. Como já
afirmei também, nem Carlos Magno, nem Napoleão nem Hitler conseguiram unir a
Europa. O sentimento de pertença à Europa não se sobrepõe ao sentimento de
pertença a cada nação.
A
derrota da UE não começou nem acabou com este referendo na Grã-Bretanha. Ela
começou com a crise grega e portuguesa, crise que mostrou aos europeus até onde
pode ir a perfídia das instâncias europeias, telecomandadas pela Alemanha.
No
entanto, não sei, tal como ninguém ainda sabe, como é que a sua derrota total
vai acabar.
AC
AC
2 comentários:
Perante a enorme fractura, provocada pelo referendo britânico, no edifício da UE, tudo o que andamos a dizer agora, sobre o que irá acontecer, é apenas futurologia. Nas grandes crises, a imprevisibilidade é a regra. Ninguém admitia, em 1914, que o assassinato do príncipe herdeiro do Império Austro Húngaro iria provocar, um mês depois, uma guerra mundial. Mas toda a gente percebia que uma guerra seria inevitável. E era.
O delírio integracionista-federalista da UE desenvolveu-se à revelia dos cidadãos de cada país. E o processo estava a descambar para uma ditadura político-financeira. A imagem de uma Europa castigadora para os países mais pobres e de uma Europa arrogante, assumida pelos países mais ricos, com destaque para a Alemanha. despertou a consciência dos cidadãos. Os britânicos perceberam isto.
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