Dados secretos revelam ligação de
Portugal a offshores
Os dados do Offshore Leaks, um conjunto
de informações secretas entregues ao International Consortium of Investigative
Journalism, revelam a existência de pelo menos 22 nomes e 12 offshores ligadas
a Portugal, escreve este sábado o Expresso.
Offshore
Leaks é o nome dado a um conjunto de cerca de 2,5 milhões de documentos
secretos relativos a offshores das Ilhas Virgens Britânicas, das Ilhas Cook e
ainda de outros paraísos fiscais.
Portugal
também aparece na lista. De acordo com o Expresso, existem 12 offshores
registadas em nome de pessoas que deram a morada portuguesa e 22 portugueses
que, com morada portuguesa e estrangeira, são directores de offshores.
NOTÍCIAS AO MINUTO [25 de Junho de 2013]
***«»***
Afinal,
já se sabia da "coisa"! Nós é que nos esquecemos, ou, então, não
valorizámos, na altura, a notícia, nem a comunicação social a veio lembrar. A
notícia, que aqui deixo, é de 25 de Junho de 2013, do Notícias ao Minuto, e que
reporta para o jornal Expresso. E, como se pode ver, os documentos entregues ao
"International Consortium of Investigative Journalism" não se referem
apenas ao Panamá, mas também a outros paraísos fiscais, espalhados pelo mundo,
assim como o seu número é maior do que aquele que foi anunciado recentemente.
Eu
não ponho em dúvida a veracidade de tudo aquilo que, até ao momento, tem sido
divulgado, até porque, embora não acredite em bruxas, sei que elas existem. Por
mera intuição e palpite, até por aqui já escrevi, há uns tempos, que o dinheiro
depositado nos offshors e aquele que circula nas bolsas de valores multiplicam
muitas vezes o dinheiro que é aplicado na economia real, e esta será uma das
razões estruturais que podem explicar as crises financeiras sucessivas, que
estamos a suportar. É que, o dinheiro que vai para um offshort deixa de ser
útil à economia onde foi gerado.
No
entanto, a minha dúvida sobre tudo isto assenta na metodologia que está a ser
aplicada para divulgar as informações. Por que razão os primeiros nomes a
saltarem para a berlinda foram os dos presidentes da Rússia (*) e da Síria?
É
certo que, na primeira lista divulgada, também aparece lá o nome do Rei da
Arábia Saudita, um aliado dos EUA. Muita gente pensará que é uma forma dos
jornalistas envolvidos neste gigantesco processo marcarem a sua isenção e
imparcialidade, que o tempo dirá se vai ser real ou aparente. Eu vou esperar
pela próxima reunião anual da OPEP, ainda este mês, para ver se aquele monarca
não está a ser submetido a um processo de chantagem, por causa da sua
inflexível posição em relação à não diminuição da produção de petróleo, posição
esta que prejudica os interesses dos EUA, em relação à rentabilidade esperda da
produção de petróleo, através do gás xisto. Depois dessa reunião eu explico
melhor esta trama, que, aliás, já aqui referi, pela rama, há uns tempos.
Vamos
ver se este grande escândalo financeiro, que põe a nu a podridão do regime
capitalista global, vai ou não, no futuro, induzir alterações profundas no
sistema. Julgo que não. O capitalismo financeiro precisa dos offshors, tal como
eu preciso de comer todos os dias. E se não comer, morro. E para não morrer,
tenho de ajudar a combater o monstro.
(*)
O nome do Presidente russo, Vladimir Putin não aparece nos registos. Apenas
aparecem nomes de alguns dos seu amigos. Mas a forma como as notícias foram
dadas, induziram em erro muitos leitores. Quando a notícia se limitava
genericamente a elencar os Chefes de Estado e os primeiros ministros
envolvidos, avançava-se com o nome de Putin, sem se fazer o respectivo
ajustamento à verdade. A isto chama-se manipulação da opinião pública.
AC
Sem comentários:
Enviar um comentário