Catarina Martins exigiu hoje explicações ao país
por parte de um "primeiro-ministro caloteiro para com a Segurança
Social" ainda antes do próximo debate quinzenal, agendado para 11 de
março, na Assembleia da República.
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Em qualquer país civilizado, daquela Europa que
os políticos portugueses costumam avocar como pertença, qualquer membro de um
governo que, tal como o primeiro-ministro português, Passos Coelho, tivesse
fugido às suas obrigações fiscais, sentia-se obrigado a pedir imediatamente a
sua demissão. Em Portugal não é assim, quer pela falta de carácter e de
honorabilidade da maioria dos membros da classe política, quer pela ausência de
uma opinião pública civicamente exigente. E isto é uma questão eminentemente
cultural, que resulta de um complexo processo de sedimentação social,
através da História. Os países da Reforma luterana, porque passaram a valorizar
a dignidade do trabalho, fundaram uma moral superior, em comparação com a moral
dos países da Contra-Reforma tridentina, nos quais se incluía Portugal, países
estes que continuaram agarrados, até à Revolução Francesa e atá a todas as outras revoluções, que nela se inspiraram, aos paradigmas residuais e às arcaicas
estruturas mentais e sociais da Idade Média, em que ainda imperava o conceito
da servidão, pelo que, aos senhores, tudo era permitido, até a imoralidade.
AC
AC
1 comentário:
Tanto é o espaço em Évora
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