Um estudo realizado pela Seleções do Reader's
Digest chegou à conclusão de quais as figuras públicas os portugueses mais têm
confiança.
Os portugueses elegeram Marcelo Rebelo de Sousa
como o político em quem mais confiam. O estudo Marcas de Confiança realizado
pela Seleções do Reader’s Digest mostra que 14% elegeram o comentador da TVI,
substituindo Rui Rio, antigo presidente da Câmara Municipal do Porto
O estudo dá conta ainda de que a política é uma
das áreas em que os portugueses menos confiam. No geral, 96% não confia nos
políticos e 83% não confia no atual Governo de Passos Coelho, segundo o
Dinheiro Vivo.
Os Sindicatos (81%), o sistema judicial (73%),
os bancos (72%) e a União Europeia (71%), são outras entidades em que os portugueses
também não confiam.
Em relação aos que confiam, Cristiano Ronaldo
foi o desportista escolhido, com 54%. Rui Veloso foi o músico eleito (19%), Ruy
de Carvalho na área da representação, com 47% e o escritor foi José Rodrigues
dos Santos (28%).
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Se tivéssemos de levar este estudo a sério,
seríamos obrigados a concluir que vivíamos num país de "merda". Mas
as coisas não são bem assim. Nestas coisas dos inquéritos, interessa muito a
metodologia utilizada, a estrutura da amostra e a forma como as perguntas são
colocadas aos inquiridos. Perante a surpresa da pergunta, feita sem qualquer
aviso prévio e sem referências aos respetivos contextos, em que seja permitida
uma ponderada reflexão, o inquirido é levado, até para não ser considerado um
ignorante, a indicar a personalidade mais mediática que, naquele momento,
conhece, em cada setor considerado. E foi o mediatismo, o que este estudo
mostrou, ao apurar, por exemplo, que Marcelo Ribeiro de Sousa era o político em
que os portugueses mais confiam. E não foi nada inocente a realização deste
estudo.
Já a desconfiança manifestada em relação a
Passos Coelho (justificada), aos sindicatos (incompreensível e inconcebível),
aos bancos, ao sistema judicial e à União Europeia (também justificadas) não se
projeta, incompreensivelmente, naqueles inquéritos usados pelas empresas da
especialidade, para as sondagens sobre as intenções de voto, o que revela uma grande
contradição. Alguém está a manipular as perceções da opinião pública.
Pela minha parte, se eu tivesse sido inquirido,
até responderia que o Cristiano Ronaldo deveria ser o próximo Presidente da
República, já que estou farto de ser governado por personalidades que têm os neurónios
no cérebro.
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