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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A extrema leveza da unidade da esquerda...


Como pode ler-se abaixo, a aventura 3D terminou tal como começou, por iniciativa dos próprios. Não há convergência possível quando uma das partes, ainda por cima aquela que formalmente não existe, propõe à outra que prescinda da sua existência a seu favor. A impossibilidade completa-se quando, a juntar ao primeiro absurdo, se verifica que à frente de uma convergência que servisse o objectivo de unir as esquerdas está a carreira política de alguém que comprovadamente tem facilidade em rasgar o contrato eleitoral que se estabelece pelo voto entre eleitos e eleitores. Entre o 3D e o Livre, o 3D escolheu o Livre. A direcção do Bloco limitou-se a recusar o inaceitável. E saíram todos, saímos todos a perder.
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Há vida política para além dos partidos, mas não pode haver política sem os partidos. Os mentores do do Movimento 3D queriam, ao mesmo tempo, sol na eira e chuva no nabal. Queriam, em igualdade de condições e de circunstâncias, pendurar-se num partido já constituído e que tem compromissos estabelecidos com os seus militantes e simpatizantes, e, ao mesmo tempo, não queriam assumir os riscos de serem um partido político, a vir a ser testado pelo eleitorado. Se essa coligação viesse a ter êxito eleitoral, poderiam sempre reclamá-lo para si. Se a coligação falhasse, a culpa seria do Bloco de Esquerda.
Por outro lado, todas estas movimentações de uma certa esquerda esquecem um elemento estruturante essencial. Não pode haver unidade de esquerda sem a participação do PCP, um partido que pauta a sua credibilidade pela coerência das suas posições políticas e pelo facto de reunir em si as três condições básicas para ser um verdadeiro partido político de alternativa, pois tem uma ideologia definida, um programa claro e transparente e uma forte organização, assente numa dedicada militância. O resto da esquerda anda à deriva, a procurar pouso.
AC

3 comentários:

Mar Arável disse...

Tudo se move

até as pontes

O Puma disse...

Ser de esquerda

não é ser canhoto

Ana disse...

Assim nunca mais se vai a parte alguma...todos querem um lugar ao sol....Mais movimentos para quê??? Para ver quem é o maior culpado quando as coisas não correm bem???Com estas só arranjam que não se consiga uma oposição de jeito aos que estão no poleiro....Já chega de partidos....porque partidos já nós andamos. Precisamos de gente com garra...não de quem queira protagonismo!!!!