«Há 170 anos, Marx escrevia os famosos
Manuscritos Económico-Filosóficos de 1844. No quadro de um materialismo novo em
elaboração, era o arranque de uma longa investigação da estrutura económica da
sociedade que viria a resultar, em 1867, na publicação do Livro Primeiro da sua
obra magna, O Capital. Há 100 anos, começava a I Guerra Mundial, guerra
conduzida em nome do lucro e de uma nova partilha do mundo pelas potências
imperialistas. No dia 18 de Janeiro de 1934, há 80 anos, os operários da
Marinha Grande, opondo-se à fascização dos sindicatos, tornaram-se senhores do
poder, ainda que apenas por algumas horas. A 25 de Abril de 1974, faz agora 40
anos, tombava em Portugal a ditadura fascista e os trabalhadores davam início a
um processo revolucionário apontado ao socialismo.
Depois do assinalável sucesso do I Congresso, em
2012, é este conjunto de efemérides, assim como a violenta crise cíclica de
acumulação do capitalismo e a consequente intensificação das lutas dos
trabalhadores, que, em 2014, formam o contexto do II Congresso Internacional
Marx em Maio. Assinalamos estas datas e os acontecimentos por elas evocados não
com a intenção de nos encerrarmos no passado, à procura de uma fórmula mágica
para os combates de hoje e do futuro, mas com o triplo objectivo da compreensão
do mundo actual, da comemoração e do alerta.
A obra de Marx e o marxismo continuam a ser, do
nosso ponto de vista, os mais penetrantes instrumentos de análise do real. O
caminho percorrido por Marx até ao desvendamento da lei da mais-valia, âmago do
capitalismo, ofereceu às ciências particulares novas perspectivas de fundo e
novos campos de pesquisa. A própria filosofia ganhou novas pernas e outros
trilhos para andar.
Por tudo isto, no II Congresso Internacional
Marx em Maio voltaremos a contar com a participação de filósofos, de
historiadores, de economistas, de sociólogos, de físicos, de geógrafos, de
sindicalistas, de militantes e activistas sociais e políticos. Estes quadrantes
de investigação e intervenção não se justapõem extrinsecamente, a sua razão de
ser reside na própria envergadura e amplitude do trabalho de Karl Marx, na
unidade multifacetada do marxismo.
Face aos ataques à racionalidade, à ciência e à
cultura que acompanham, como complemento, as políticas de regressão social
acelerada dos últimos anos, continuaremos a procurar cultivar um pensar
ancorado numa racionalidade crítica e dialéctica».
II
Congresso Internacional Marx em Maio 8, 9 e 10 de Maio de 2014
Anfiteatro
I da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
ENTRADA
LIVRE
Mais
informações muito em breve.
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