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terça-feira, 17 de julho de 2012

Notas do meu rodapé: As ligações perigosas das maçonarias.

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A Maçonaria, ou melhor, as maçonarias sempre se desenvolveram numa lógica de poder, promovendo a defesa de classe dos interesses dos seus membros e criando entre eles uma forte ligação solidária e fraternal. E é esta linha de pensamento e ação que atravessa desde os tempos imemoriais do ainda incipiente movimento maçónico da chamada Maçonaria Primitiva, de que muito pouco se conhece. Mas é na Idade Média, com a Maçonaria Operativa, alimentada pelos obreiros das catedrais, e com a Maçonaria Especulativa, nascida na época iluminista, e que centrou a sua ação no pensamento e na razão, que esta forma de associativismo secreto e reservado atingiu o seu máximo esplendor, passando a ter uma grande importância no poder político e na sociedade mais intelectualizada. 
Em Portugal, foi o Grande Oriente Lusitano, fundado em 1802, a manter até ao advento do 25 de Abril o monopólio do exercício da atividade maçónica, tendo tido grande influência na instauração do Liberalismo, na implantação da República e na oposição ao Salazarismo. Os principais vultos da intelectualidade e os militares mais prestigiados eram maçons, e era na atividade desenvolvida na sua loja que eles faziam o tirocínio para os altos cargos da política.
Quando se chega ao 25 de Abril, é o Partido Socialista que alberga a maioria desses maçons, que ainda se orientavam, no ponto de vista político, pelos ideais democráticos e republicanos, pugnando pela existência de um Estado, que estivesse ao serviço do bem comum, Mas com a voragem do dinheiro entrado no país com a adesão à então CEE, e devido à rotatividade geracional, o Grande Oriente Lusitano depressa se transformou na placa giratória entre a política e os negócios, dando oportunidade a todo o tipo de oportunistas e e aventureiros.
A direita política estava diminuída a este nível. Daí terem aparecido outras lojas maçónicas, de outras obediências, que pudessem recrutar no meio universitário os estudantes mais aptos e mais fidelizados ideologicamente, para depois serem treinados para a política. Os membros destas novas lojas depressa aprenderam que a política e o exercício de cargos públicos e políticos deveriam ser orientados para o seu interesse pessoal e o do clã a que pertenciam.
Miguel Relvas aprendeu depressa e bem, merecendo por isso, ser distinguido com uma licenciatura de aviário. Só que teve azar. Foi descoberto, e hoje é a personagem central do anedotário nacional e a ovelha negra de um governo desprestigiado

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