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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Estaleiros de Viana do Castelo: Três administradores recebem 362 mil euros por ano

Presidente da empresa pública é espanhol e tem direito a viagens de avião para ir a casa. Relatório de contas da empresa explica tudo.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo gastam anualmente 362 mil euros em vencimentos com três elementos do Conselho Executivo, sendo que ao presidente, espanhol, a empresa pública assegura ainda viagens aéreas ao país de origem. 
Os números constam do Relatório e Contas de 2010, a que a Agência Lusa teve esta terça-feira acesso, e onde se constata que o cargo de presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) corresponde a uma "remuneração global anual de 110.000 euros".
Este valor é acrescido dos "custos de utilização de veículo com aluguer máximo de 1.000 euros mensais, telefone móvel e despesas de alojamento em Viana do Castelo", lê-se.
O cargo de presidente executivo é ocupado actualmente pelo espanhol Francisco Gallardo, que ainda tem direito a um subsídio anual de 72.000 euros, por se encontrar "deslocado do seu país de origem", além do custo das despesas de alojamento em Viana e quatro viagens aéreas ao país de origem, "em classe económica, a utilizar em cada ano civil".
Ao administrador espanhol, que chegou à empresa há precisamente um ano, a empresa pagou em seis meses 41.157 euros de vencimentos, acrescidos, entre outros apoios, de 35.454 euros relativos ao subsídio por estar deslocado do país. Gallardo integrou inicialmente as funções de vogal executivo e passou já este ano a presidente.
Diário de Notícias
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Revoltante! Estas remunerações faraónicas e obscenas constituem um insulto à maioria do povo, que está a ser fustigado com medidas de austeridade desproporcionadas e injustas e de uma crueldade inclassificável. E são estes senhores que, todos os dias, vêm à televisão justificar a necessidade de se fazerem sacrifícios (não eles, claro). Com estes exemplos, pouco edificantes, que são a negação da democracia, o governo perde toda a autoridade de prosseguir o esbulho dos trabalhadores, dos desempregados e dos pensionistas. Basta de imoralidades e de injustiças!

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