O regime
sírio não é o agressor…
Não foi o regime sírio, que iniciou esta
fratricida guerra. Nem os sectores da oposição a Bashar-al-Assad teriam meios
para a desencadear, se não fossem os países ocidentais, particularmente os EUA
e a França, a proporem-a aos respectivos dirigentes e a comprometerem-se a
treinar e a armar os seus combatentes.
A CIA aplicou na Síria o mesmo estratagema que
utilizou em relação ao ISIS (Estado Islâmico), e a França enviou os seus
militares para o terreno, a fim de treinar os chamados rebeldes, o que o
presidente francês já admitiu publicamente. Além disto, a CIA, tal como
procedeu na Líbia, mobilizou mercenários do Catar para o teatro das operações.
Não foram, pois, os oposicionistas sírios que, por iniciativa própria e
autónoma, desencadearam as hostilidades. Os verdadeiros agressores foram os EUA
e a França, que descobriram, a fim de se furtarem à condenação pública, que a
melhor maneira de fazer a guerra, a guerra que convém aos seus interesses
estratégicos, seria encomendá-la a terceiros.
Perante este quadro, o regime legítimo da Síria defendeu-se, defendendo também o seu povo, cuja maioria não se identifica com as políticas dos países ocidentais, em relação ao Médio Oriente. A legítima defesa é um direito universal. O ónus da causa desta guerra é a interferência estrangeira num país independente, que faz parte da ONU.
O envolvimento da Rússia (um país aliado da Síria, desde os tempos da União Soviética) foi determinante para inverter o sentido da guerra, que passou a ser favorável às forças do regime. E foi precisamente a partir do momento desta inversão que a imprensa ocidental iniciou a sua campanha a favor do Direitos Humanos do povo sírio, quando antes se tinha remetido a um silêncio cúmplice e comprometedor, em relação às barbaridades cometidas pelos rebeldes, nas cidades que ocupou. O primeiro cessar-fogo, entre as forças beligerantes, fracassou, porque os rebeldes, em vez de deixar sair a população civil das cidades sitiadas, que era o objectivo do cessar-fogo, manteve-a prisioneira, a fim de lhe servir de escudo, pois sabiam que, a partir daí, ficariam mais expostos a um ataque fortíssimo das forças militares do regime. E este aprisionamento da população civil é um crime, previsto no Direito Internacional. Mas isto não pesou na consciência dos media ocidentais, que persistem na intoxicação e na desinformação da opinião pública.
Alexandre
de Castro
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