PCP lança campanha sobre saída do euro
O PCP anunciou hoje [17 de Dezembro] que vai
realizar uma campanha sobre a saída do euro, entre janeiro e junho de 2017.
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Trata-se de uma grande iniciativa
do PCP, que faltava ao país. Só com uma moeda própria, adaptada, no ponto de
vista cambial, à produtividade da economia nacional, se poderá caminhar no
sentido do crescimento e do desenvolvimento, que o elevado valor do euro está a
estrangular, pois não favorece o aumento desejável e sustentável das exportações, o que é
urgente e importante, ao mesmo tempo que facilita o aumento das importações, o
que não é favorável para a economia O consumo, através da
importação de bens de luxo, não enriquece o país, antes o empobrece.
Sempre que abordo este tema,
costumo referir a minha metáfora, que é assim: ao aderir ao euro, Portugal fez
a figura daquela criança, que vestiu o casaco do pai. Ficava-lhe grande e
dificultava-lhe os movimentos. O alfaiate cortou-o e tentou adaptá-lo ao corpo
da criança. Ficou mal amanhado. A solução, concluiu-se, é comprar um casaco
novo (ou seja, regressara ao escudo).
Claro como água cristalina. Só
não vê quem é cego ou quem, por conveniência interesseira, finge que é cego.
É certo que uma saída do euro
tem custos e vai exigir sacrifícios (a todos e não apenas a alguns, até aqui os
mesmos de sempre), mas que serão temporários, e podendo ser eliminados quando
começarem a surgir os resultados positivos de uma nova política, assente no
vigoroso aumento das exportações, proporcionado por uma moeda de menor valor, e
no investimento público e privado. No entanto, esse sacrifícios, quer na
intensidade, quer na interinidade, serão muito menos gravosos do que os
existentes na situação actual, que vão perpetuare-se por muito tempo, e em que a economia não conseguirá gerar uma
balança comercial, com um folgado superávit, para poder pagar-se a dívida,
mesmo que reestruturada.
Alexandre
de Castro