Os caceteiros miguelistas |
Afinal,
as bruxas existem mesmo
Ontem, passei por dois depoimentos, que
me deixaram em estado de alerta. O primeiro, que também aparece referenciado num
texto (muito bem escrito) de Armando Leal Rosa, no jornal O RIBATEJO (ver aqui), referia-se à simultaneidade das ignições dos
vários fogos recentes, no centro do país, o que é muito estranho. O segundo,
talvez menos verosímil, lido no Facebook, chamava a atenção para a coincidência
entre a ocorrência dos fogos e o aparecimento das armas roubadas nos paióis de Tancos.
A subversão traiçoeira e trauliteira é
uma marca idiossincrática da direita portuguesa, que só se apresenta civilizada
e bem comportadinha, quando está no poder ou perto dele. É uma reminiscência
dos caceteiros miguelistas, dos meados do século XIX. A presença activa do PCP,
a dar substância ao acordo de legislatura com o PS, através do qual conseguiu
reverter parte da austeridade e ver satisfeitas muitas das suas reivindicações,
algumas delas históricas, provoca a essa direita muita comichão.
Por outro lado, por um momento
semelhante ao que se vive em Portugal, a CIA já promoveu o derrube de governos
em países recalcitrantes. Estou a recordar-me do Chile, do socialista (dos
verdadeiros) Salvador Allende.
Assim, Portugal poderá vir a ser um mau
exemplo para uma Europa que parece estar a entrar em ebulição, com os jovens a
evidenciar um premonitório inconformismo, torna-se necessário, às agências do
imperialismo, criar um tenso de insegurança, que anule a influência política do
PCP, por menor que seja, na área da governação.
Dito isto, não me custa mesmo nada em
aceitar o diagnóstico do articulista Armando Leal Rosa.
No entanto, ainda estamos ao nível das
conjecturas, Falta-nos "os finalmente".
Alexandre
de Castro
2017 10 21
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