Páginas

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Agradecimento


Agradeço a amabilidade, por terem aderido ao Alpendre da Lua, dos seguintes novos seguidores:

- José Manuel Moreira Ferreira
- Isabel Bairrão
- Glória Fernandes
- António Reis
- Victor Brito
- actriz
- Bia Capewel
- Vânia Perciani
- Luís Vieira
- Marabuto
- Regineka

Alexandre de Castro
2017 10 31

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Marcelo, o campeão dos abraços e dos beijinhos


Isto já não é, apenas, o charme presidencial, a distribuir beijinhos e abraços, para colher afectos. É mais alguma coisa!…
Por esta andar, Marcelo é muito bem capaz de vir a apear do pódio Mário Soares, que conseguiu montar uma tartaruga gigante, nas Seychelles.

Alexandre de Castro
Sobre uma fotografia, retirada da internet
2017 10 29

Nota: Um leitor bem formado, que viu esta publicação num site, onde colaboro, escreveu-me, todo escandalizado, a criticar-me por eu estar a publicar “coisas”, de cariz sexual, e envolvendo altas figuras do Estado.
Respondi-lhe, educadamente, que estava equivocado, pois eu, nesta publicação, estava, indirectamente, a referir-me a fenómenos do Entroncamento.

domingo, 29 de outubro de 2017

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP _ Sobre a Catalunha...


NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Sobre a Catalunha
e os desenvolvimentos relativos
à questão nacional em Espanha

28 Outubro 2017

O PCP sublinha que a questão nacional em Espanha tem de ser considerada com a complexidade que a história e a actual realidade daquele País encerram.
A resposta a esta questão, designadamente na Catalunha, deve ser encontrada no quadro do respeito pela vontade dos povos de Espanha e, consequentemente, do povo catalão.
São profundamente criticáveis as atitudes do Governo espanhol, na base da intolerância, do autoritarismo, da coacção e da repressão.
O PCP considera preocupante, incerta e perigosa uma escalada de factos consumados, que abra espaço ao inaceitável e condenável procedimento que o Governo espanhol protagoniza, e não só face a esta situação, como em aspectos gerais de que é exemplo a «Lei da mordaça», que ataca liberdades políticas e democráticas fundamentais.
É evidente que, a coberto da actual situação, se promovem valores nacionalistas reaccionários e tomam alento sectores fascistas franquistas, que durante dezenas de anos oprimiram os povos de Espanha.
O PCP alerta para manobras de certos sectores que visam iludir as suas responsabilidades numa política de classe contra direitos laborais e sociais por via da instrumentalização de sentimentos nacionais.
A realidade está a demonstrar que a solução para a questão nacional em Espanha deverá ser encontrada no plano de uma solução política, que a integre no quadro de uma resposta mais geral que assegure os direitos sociais e outros direitos democráticos dos trabalhadores e dos povos de Espanha, incluindo do povo catalão.
Esta é a posição do PCP, cujo conteúdo se diferencia das posições do Governo português e do Presidente da República, designadamente face à sua omissão quanto ao respeito da vontade dos povos nesta situação.
Sobre as formas usadas para a afirmação dos sentimentos nacionais na Catalunha, designadamente a declaração de independência produzida, o PCP não se pronuncia especificamente, adiantando como elemento de carácter geral a ideia que considera preocupante uma escalada de factos consumados.

***«»***

De nada vale reclamar a legalidade constitucional, quando essa legalidade não é aceite pelo povo. E o povo catalão não quer ser espanhol.

Também o golpe militar do 25 de Abril era ilegal, à luz da Constituição do regime fascista de Salazar/Caetano e, no entanto,essa legalidade sucumbiu, perante a euforia do povo de Lisboa, que se juntou aos militares revoltosos.

As manifestações em Espanha, contra a independência da Catalunha, mostraram que o movimento fascista/franquista está a levantar a cabeça, e os partidos ditos democráticos, os da direita e o PSOE (socialista), convivem alegremente com esses partidos e movimentos, que se reclamam herdeiros do pensamento de Franco.

Há um direito histórico na Catalunha que legitima a declaração unilateral de independência, independência essa que foi usurpada pela guerra e pela consequente ocupação.

Alexandre de Castro
2017 10 29

Primeiro-ministro distraído…

Clicar na imagem para a ampliar
Amabilidade de Leila Gomes, que fez a monragem do cartoon
2017 10 29

sábado, 28 de outubro de 2017

Não há nenhuma ilegalidade na luta pela liberdade de ser independente


Não há nenhuma ilegalidade na luta pela liberdade de ser independente

Não foi através de um Estado de Direito que a Catalunha foi anexada pela Espanha, em 1714, através de uma guerra atroz e violenta. Portanto, há na Catalunha um direito histórico, de temporalidade próxima, que é necessário respeitar. E, por outro lado, a Catalunha nunca teve afinidades políticas, sociais, culturais e linguísticas com Espanha. E não me venham falar da ilegalidade deste forte movimento independentista, pois as lutas dos povos, pela sua liberdade e independência, têm de ser sempre contra a legalidade instituída, pelo ocupante. E é por isto que as revoluções não vão a votos, pois, caso contrário, nenhuma revolução se realizaria.

E é escandaloso que os países europeus, incluindo Portugal (ver aqui), neguem injustamente aos catalães, de uma forma cínica e hipócrita, aquilo, que - e também injustamente, para o povo palestiniano - concederam a Israel, reconhecendo a sua condição de Estado, pelo facto da Palestina ter sido o território do Reino Judaico, Reino este que se desmembrou com a ocupação dos romanos, há dois mil anos, existindo pois, aqui, uma temporalidade muito remota, que invalida o argumento histórico invocado pelos sionistas.
Alexandre de Castro
2017 10 28

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Passos Coelho não pede desculpa...

Clicar na imagem para ampliar

2017 10 23

Afinal, as bruxas existem mesmo

Os caceteiros miguelistas

Afinal, as bruxas existem mesmo

Ontem, passei por dois depoimentos, que me deixaram em estado de alerta. O primeiro, que também aparece referenciado num texto (muito bem escrito) de Armando Leal Rosa, no jornal O RIBATEJO (ver aqui), referia-se à simultaneidade das ignições dos vários fogos recentes, no centro do país, o que é muito estranho. O segundo, talvez menos verosímil, lido no Facebook, chamava a atenção para a coincidência entre a ocorrência dos fogos e o aparecimento das armas  roubadas nos paióis de Tancos.

A subversão traiçoeira e trauliteira é uma marca idiossincrática da direita portuguesa, que só se apresenta civilizada e bem comportadinha, quando está no poder ou perto dele. É uma reminiscência dos caceteiros miguelistas, dos meados do século XIX. A presença activa do PCP, a dar substância ao acordo de legislatura com o PS, através do qual conseguiu reverter parte da austeridade e ver satisfeitas muitas das suas reivindicações, algumas delas históricas, provoca a essa direita muita comichão.

Por outro lado, por um momento semelhante ao que se vive em Portugal, a CIA já promoveu o derrube de governos em países recalcitrantes. Estou a recordar-me do Chile, do socialista (dos verdadeiros) Salvador Allende.

Assim, Portugal poderá vir a ser um mau exemplo para uma Europa que parece estar a entrar em ebulição, com os jovens a evidenciar um premonitório inconformismo, torna-se necessário, às agências do imperialismo, criar um tenso de insegurança, que anule a influência política do PCP, por menor que seja, na área da governação.

Dito isto, não me custa mesmo nada em aceitar o diagnóstico do articulista Armando Leal Rosa.

No entanto, ainda estamos ao nível das conjecturas, Falta-nos "os finalmente".
Alexandre de Castro
2017 10 21

sábado, 21 de outubro de 2017

A memória de Marcelo e a injustiça do esquecimento...


A memória de Marcelo e a injustiça do esquecimento...

Uma coisa de que Marcelo se esqueceu de dizer, no seu discurso:

"Este governo não poderia ter feito em dois anos, aquilo que os anteriores governos (os do PS e os do PSD e CDS) não fizeram, em quarenta anos".

O que Marcelo omitiu:

"Foi o ministro da Administração Interna do governo de Santana Lopes, David Sanches, que negociou e, depois, com o governo já demissionário, adjudicou ao consórcio de Oliveira e Costa, Ricardo Salgado e Dias Loureiro (olha que trio!) o SIREPS, num negócio ruinoso para o Estado, porque, além de dispendioso, aquele sistema avaria constantemente e não funciona em situações extremas de emergência (!)".

O que Marcelo não denunciou:

"O facto de a dirigente política, que agora apresentou, no Parlamento, uma moção de censura, é a mesma pessoa que, como ministra da Agricultura do governo de Passos Coelho, alargou a área de plantação do eucalipto, que, em percentagem, em relação à área total da floresta do país, é a maior da Europa.
Alexandre de Castro
2017 10 19

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Pesadelo de Dante

Incêndio em Vieira de Leiria, às 17:00 de 15 de outubro. 
Foto de Hélio Madeira, bombeiro da unidade especial 
dos Canarinhos, em Vieira de Leiria

O pesadelo de Dante

O mar é o destino das lágrimas de todos aqueles que hoje estão a chorar. Pelos seus mortos, que não deveriam ter morrido, e pelos seus sonhos, que foram interrompidos.
E ao mar das chamas sucederá o mar das cinzas, com esqueletos de carvão a povoarem o chão do verde pinho.
Só sei que nada sei... E tudo sinto...

Alexandre de Castro

2017 10 16

domingo, 15 de outubro de 2017

Madona fez campanha pela CDU

Clicar para ampliar a fotografia

Agradeço à Leila Gomes a montagem da legenda nesta fotografia, que circulou pelas redes sociais, sem a identificação da respectiva  autoria
«««*»»»
Para curar a azia, recorro ao humor...
Como disse Jerónimo de Sousa, as autarquias que, à esquerda, mudaram de mãos, ainda irão ter saudades da CDU.
Alexandre de Castro 

sábado, 14 de outubro de 2017

A inquietação da luz _ Fotografia de Milú Cardoso

Clicar para ampliar a imagem
Título da responsabilidade do editor

A inquietação da luz, com o incêndio do céu a projectar-se nas águas. Uma imagem onírica, a tocar o sublime.
Alexandre de Castro
2017 10 14

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Catalunha será independente…

Cortes catalãs sec. XV

A Catalunha será independente…

Inés Arrimadas, a líder parlamentar do Ciudadanos, partido que se perfila contra a independência da Catalunha, no seu discurso no Parlamento, no dia em que estava programado que Carles Puigdemont proferisse a declaração unilateral da independência da Catalunha, ridicularizou os independentistas, e, para acentuar o verrume, até foi buscar uma frase de um artigo de 2008, de um outro independentista, o vice-presidente Oriol Junqueras (da Esquerda Republicana), que dizia: “os catalães têm mais proximidade genética com os franceses do que com os espanhóis; mais com os italianos do que com os portugueses e um pouco com os suíços”.

Eu não sei se essa identidade genética dos catalães com os franceses e os italianos é real. Talvez seja, já que até 1714, ano em que a anexação da Catalunha pelo reino espanhol se consumou, através de uma intervenção militar, a Catalunha mantinha um intercâmbio comercial intenso com a Itália e o sul de França.

Por outro lado, o Condado de Barcelona chegou a integrar a Sardenha, Sicília, Minorca (nas Ilhas Baleares) e o reino de Nápoles. Daí que tivesse havido uma miscigenação populacional. Mas mesmo que esse argumento possa ser rejeitado, devido à ausência de uma objectiva demonstração científica, será válido recuperar o argumento da identidade cultural e nacionalista dos catalães. A requintada cultura renascentista entrou na Península Ibérica pela Catalunha e não por Bayona, no outro extremo dos Pirenéus, e foi na Catalunha, principalmente em Barcelona, que essa cultura avançada se entranhou, deixando marcas civilizacionais importantes. Nos séculos XIV e na primeira metade do século XV, a Catalunha era a fronteira ocidental da cultura renascentista, e que separava a civilização erudita italianizante da “barbárie" ibérica, ainda a cheirar a mouros e a visigodos. E o refinamento cultural da Catalunha constituiu-se sempre no fermento da forte pulsão independentista, que os néscios de hoje querem ignorar.

Por outro lado, a Catalunha tomou a dianteira no processo da industrialização, a partir da segunda década do século XIX, o que lhe garantiu a supremacia económica, na Península Ibérica, supremacia esta que persiste, nos dias de hoje. É a Catalunha que trabalha para Espanha e não o contrário.

Perante esta supremacia cultural e económica, no futuro, vai ser difícil ao governo de Madrid manter as coisas, tal como estão, pois,   uma coisa é certa: os catalães de gema nunca se reviram na cultura ibérica e, principalmente, na cultura de Castela. No seu passado, Castela privilegiou mais o culto de guerra e das armas e a usura da terra pela nobreza, do que o culto das Artes, das Letras, das Ciências e das Indústrias. O conflito, já secular, entre as duas entidades culturais e económicas esteve sempre latente, como está ainda hoje.

Como “água mole em pedra dura tanto dá até que fura”, a independência da Catalunha acabará por acontecer, mais tarde ou mais cedo. Neste momento, ela apenas foi adiada.

Quem é que, no Portugal salazarento, no dia 24 de Abril de 1974, adivinhava a manhã redentora do dia seguinte. A História dos povos é feita de saltos bruscos no Tempo e esses saltos vêm sempre, na maior parte das vezes, de surpresa.
 Alexandre de Castro
2017 10 13

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Momento histórico em Portugal: Pela primeira vez um primeiro-ministro é incriminado

Velhas glórias do socialismo democrático

Momento histórico em Portugal: Pela primeira vez um primeiro-ministro é incriminado

É um momento histórico, em Portugal. Pela primeira vez, um primeiro-ministro é incriminado por crimes cometidos durante o exercício das suas funções. A acompanhá-lo, está o Dono Disto Tudo, Ricardo Salgado, que, com o seu BES, provocou o maior terramoto financeiro, em Portugal. E nesta caminhada pela Justiça, que vai ser penosa, segue uma segunda linha de arguidos, em que aparece um alto dirigente da PT, que, em tempos, até foi condecorado pelo soba de Boliqueime. Depois, vêm os amigos de Sócrates, figuras medíocres, que apenas, julga-se, tinham a nata vocação para as golpadas.

Segundo o Ministério Público, que nesta investigação também fez história, todos eles cometeram crimes para ludibriar o Estado e fazer favores a troco de dinheiro. Como ainda não se pode fazer condenações na praça pública, pode-se, no entanto, louvar o trabalho do Procurador da República, Rosário Teixeira, que conduziu exemplarmente a investigação do Ministério Público. Obstinado, minucioso na avaliação da força das provas que foi carreando para o processo, corajoso a enfrentar os lobies, ele desmontou o bem escondido circuito do dinheiro sujo, desde a sua origem, a corrupção, até ao seu destino final, a sua lavagem e a sua entrega aos corrompidos.

Até ao julgamento, vamos assistir ao circo mediático que Sócrates irá montar, para reclamar a sua inocência. Tem todo o direito em o fazer. Mas eu, mesmo assumindo o risco de me enganar, também tenho todo o direito de dele duvidar.

Só lamento que a investigação não tivesse chegado a morder os calcanhares de Mário Soares, que solícito e solidário, foi visitar Sócrates à prisão de Évora, e Ricardo Salgado, na casa apalaçada do próprio, onde se encontrava em prisão preventiva domiciliária. Não querendo bater em mortos, que já não podem defender-se, mas eu pergunto-me de onde veio a fabulosa fortuna, que Mário Soares deixou aos filhos? É apenas uma pergunta. Talvez Rosário Teixeira saiba responder.

Alexandre de Castro
2017 10 11

domingo, 8 de outubro de 2017

Segredos de Estado...

                                                                                                                           

La leyenda del beso - Intermezzo; R. Soutullo-J. Vert




A legenda do beijo

Ai, amor de homem
Que estás a fazer-me chorar mais uma vez
Sombra lunar, que me gela a pele ao passar
Que se atrapalha nos meus dedos
Me queima na sua brisa
Me enche de medo

Ai, amor de homem
Que estás a chegar e já te vais embora, mais uma vez
Jogo de azar, que me obriga a perder ou a ganhar
Que se mete no meu sonho
Gigante pequeno
De beijos estranhos

Amor, amor de homem
Punhal que corta meu punhal, amor mortal
Te amo
Não pergunte por que nem por que não
Não estou a falar.
Te amo
Porque quer amar-te o coração
Não encontro outra razão.
Canto de pardal
Que passeia pela minha mente
Desiste.
Se você está querendo tanto

Ai, amor de homem
Que estás a fazer-me rir mais uma vez
Nuvem de gás, que me empurra a subir mais e mais
Que me afasta do chão
Me crava no céu
Com uma palavra

Amor, amor de homem
Açúcar branco, preto sal, amor vital
Te amo
Não pergunte por que nem por que não
Não estou a falar.
Te amo
Porque quer amar-te o coração
Não encontro outra razão.
Canto de pardal
Que passeia pela minha mente
Desiste.
Se estás a amá-lo tanto. Juventude

A legenda do beijo é uma zarzuela em dois atos, dividida em três quadros. Com guião de Henrique reoyo, José Silva aramburu e Antonio paso, e música dos mestres reveriano soutullo e Juan vert.
Amabilidade de Itsmania Platero
2017 10 08

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

“1000 mujeres para el Premio Nobel de la Paz”, reúne-se na capital das Honduras


“1000 mujeres para el Premio Nobel de la Paz”, reúne-se na capital das Honduras

Nos países ocidentais, e, particularmente, no meu país, Portugal, pouco se sabe dos dramas vividos pelos povos da América Central, assim como se desconhece a luta pela defesa dos Direitos Humanos e da Paz Mundial, que milhares de homens e mulheres abnegadamente desenvolvem, nessa ignorada zona do globo, através de centenas de organizações políticas, cívicas, sociais e culturais, em que as mulheres assumem uma militância destacada.

Esta iniciativa, “1000 mujeres para el Premio Nobel de la Paz” (ver aqui), que este ano tem lugar na capital das Honduras, além da importância intrínseca do seu objectivo temático, poderá transformar-se num catalisador e mobilizador de vontades adormecidas, assim como um meio de projectar no espaço mediático global a acção e a luta das organizações feministas hondurenhas. Por outro lado, também poderá ser o embrião do nascimento de uma entidade federadora, a nível nacional, que, pelo efeito de escala, amplie a visibilidade pública e mediática da luta das mulheres.
Regozijo-me por ver na lista da organização deste importante evento, a minha querida amiga hondurenha, Itsmania Platero, a quem desejo sucesso no exercício da sua abnegada militância.
Alexandre de Castro
2017 10 05

terça-feira, 3 de outubro de 2017

O contorcionismo da diplomacia


O contorcionismo da diplomacia

Fernando D´ Oliveira Neves, como ex-diplomata que é, entregou-se a uma divagação discursiva contorcionista (ver aqui), tentando contrariar o que é óbvio, nas relações diplomáticas entre Portugal e Angola, que por vezes andam aos baldões, por culpa dos dirigentes políticos angolanos, que ainda não se libertaram do "complexo do colonizado", o que os leva a assumir comportamentos ridículos de um novo-riquismo saloio e ostensivo. Não perdem uma oportunidade de alardear e exibir uma suposta superioridade, em relação ao antigo colonizador, e quase sempre assumida em tom de ameaça velada, o que até incomoda todos aqueles portugueses (onde me incluo) que sempre denunciaram o colonialismo e saudaram a independência das colónias.
Como são donos do petróleo, julgam-se donos de tudo.
E estas minhas azedas palavras não envolvem o povo angolano, que eu admiro e respeito, e com o qual me solidarizo na denúncia da grande corrupção que grassa em Luanda, fruto do conúbio entre a política e os sórdidos negócios, de onde nasceram "imperiais" fortunas, que são colocadas no estrangeiro.
Alexandre de Castro
2017 10 03

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Morreu Aurélio Santos


Morreu Aurélio Santos

Aurélio Santos foi um exemplo perfeito do intelectual comunista. Dele, guardo a memória do homem discreto e do militante empenhado. Foi o grande obreiro da Rádio Portugal Livre, uma das poucas fontes de informação nacionais fidedignas, antes do 25 de Abril, e que nós ouvíamos, fechados em casa, em tom baixo, e com o ouvido colado ao aparelho, não fosse um esbirro estar a espiar-nos, na rua.

Já são poucos os militantes vivos dessa segunda geração de comunistas, que atravessaram as décadas de cinquenta e sessenta, do século passado, na mais dura clandestinidade. Ao seu trabalho político se deve a infiltração do Partido Comunista no meios universitários, onde agitou o mundo estudantil, através de greves às aulas e das manifestações no espaço das universidades.
A minha homenagem...

Alexandre de Castro
2017 10 02

domingo, 1 de outubro de 2017

O SIM, na Catalunha, já ganhou…


O SIM, na Catalunha, já ganhou…

O SIM do referendo já ganhou, mesmo sem contar os votos (o que é impossível, devido à intervenção selvagem dos gorilas policiais, enviados por Madrid). E ganhou, porque até os aborígenes tasmanianos, no outro extremo do mundo, já sabem que na Europa existe um povo, o catalão, que quer sacudir a canga de trezentos anos de ocupação, historicamente ilegítima. O mundo já sabe, e não vai faltar aos catalães a solidariedade dos povos.

Quem residiu em Barcelona, tal como eu, embora por um curto período de tempo, e ainda nos tempos duros do franquismo, sabe que a alma catalã não morreu, e que o sonho de recuperar a sua soberania, usurpada pela guerra, continua a ter a sua matriz original.

Tal como o martirizado povo palestiniano tem o direito inalienável ao seu território, que lhe foi usurpado, pela manha e pela guerra, pela seita do sionismo internacional, também a Catalunha anseia e luta pela reconquista da sua plena soberania, que o actual governo de Madrid, chefiado por um pós-franquista, e que agora está a revelar-se um pós-fascista, lhe quer negar.

Os legalistas de todos os matizes, esquecendo a História da Catalunha e a cultura da nação catalã, refugiam-se no falacioso argumento de que o referendo é ilegal. E é, na realidade, ilegal. Mas nenhuma revolução foi e é legal. Todas elas são desencadeadas, infringindo a lei do sistema instituído, que se pretende derrubar. E a Catalunha está a viver um período pré-revolucionário, que tem de desafiar a lei do dominador. Os capitães de Abril não pediram licença a Marcelo Caetano nem efectuaram um referendo para desencadear o golpe mortal contra um regime decrépito e odiado pelo povo.

Por outro lado, esses legalistas de ocasião, os indígenas e os de fora, nunca exigiram que se consultasse o povo palestiniano sobre a constituição do Estado sionista de Israel, no seu território.

Também a maioria dos países ocidentais se agarram à legalidade, quando isso convém aos seus interesses. Caso contrário, mandam-a  às urtigas, como aconteceu recentemente com a Ucrânia, em que a UE (leia-se Alemanha) se empenhou a fundo na queda de um governo eleito. No entanto, na recente reunião dos líderes europeus, de há dias, o tema da Catalunha, estrategicamente (pelo que se sabe) não foi abordado, como se não fosse importante para a UE, a braços com a emergência de muitas forças centrífugas no seu seio.

Alexandre de Castro
2017 10 01