O crime de Cleveland
coincidiu com a conferência anual do Facebook, tendo Mark Zuckerberg repudiado
o acto e prometendo tomar medidas, ao nível da sua rede social, para evitar
idênticas tragédias.
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Desde que comecei a participar activamente na
blogosfera e no Facebook, tive logo a convicção que as redes sociais iriam
operar mudanças no comportamento social das pessoas. De um momento para outro,
abria-se um mundo novo e maravilhoso, através de um simples clik, capaz de emitir e receber
informação, de modo instantâneo. O mundo tornava-se mais pequeno, pois passou a
estar disponível nos ecrãs dos computadores. Textos, fotografias e vídeos
inundavam o nosso quotidiano. Este é o lado positivo das novas tecnologias da
comunicação, que vieram facilitar a vida das pessoas, das empresas e de todas
as instituições sociais. Só que não há bela sem senão e medalha sem reverso.
Por um lado, a intimidade e a privacidade das pessoas começou a estar ameaçada.
Por outro lado, a actividade criminosa, escudando-se no anonimato e fazendo uso
da boa-fé das pessoas, que julgam que "tudo o que é da internet é bom",
passou a ser uma terrível ameaça à nossa segurança. Burlas, manobras de
chantagem, crimes sexuais e calúnias começaram a aparecer na informação da
comunicação social. E como nada foi feito para prevenir estes crimes, aparecem
agora grupos de psicopatas, conhecedores das técnicas psicológicas de manipulação
e de coacção, a promoverem a morte de pessoas em directo, quer a morte por
suicídio, quer a morte por assassinato, tentando explorar o lado negro da
morbidez humana.
É preciso parar para pensar. É necessário
aperfeiçoar os métodos de vigilância, por parte dos operadores e também por
parte dos governos, evitando-se, todavia, o recurso às compulsões censórias. Mas,
principalmente, é necessário que cada utilizador das redes sociais se proteja a
si próprio e à sua própria família. Eu fico abismado como é possível tanto
descuido, quando vejo as pessoas a publicarem fotografias suas e dos familiares
no facebook. É uma imprevidência que poderá custar caro a alguns utilizadores,
que poderão ver essas fotografias utilizadas para outros fins, nada favoráveis
aos seus titulares.
Há também uma outra frente a desenvolver. É urgente
que os investigadores das áreas da sociologia, da psicologia social e da
psicologia forense comecem a fazer estudos em profundidade sobre assunto, tentando
perceber as causa e as motivações comportamentais dos utilizadores das redes
sociais, assim como as dos criminosos que vão sendo apanhados pelas autoridades
policiais.
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