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terça-feira, 2 de maio de 2017

Alexandre de Castro Eu não sei o que é ser europeu. No meu bilhete de identidade nada consta sobre o assunto. Julgo que quem se proclama de europeu de gema, são aquelas pessoas, de que eu me envergonho, que, mal Portugal aderiu à então CEE, correram rapidamente às oficinas da especialidade, para adquirem para os seus automóveis a chapa de matrícula com as estrelinhas amarelas, em círculo, comportamento este, que pelo seu ridículo, entrou no anedotário nacional. Eu aconselho vivamente, aos que advogam a submissão do país, à emergente ditadura do capitalismo financeiro mundial (os tais mercados), que se debrucem sobre a crise financeira do país, em 1891/93. Foi uma crise de contornos idênticos ao da crise actual, apenas com a diferença que, na altura, não havia moeda única. Na segunda metade do século XIX, o país, que apenas vivia da agricultura e do comércio, optou, e bem, por fazer a industrialização, seguindo assim na peugada da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, França e Espanha. O governo contraiu na Bolsa de Londres sucessivos empréstimos para construir as vias férreas, na expectativa que com o aumento da riqueza a gerar pelas novas indústrias a instalar, viesse a arrecadar receitas fiscais excedentárias para pagar os juros e o capital da dívida. Por erros próprios dos sucessivos governos monárquicos, pela incapacidade congénita da classe empresarial, a crise larvar atingiu o limite no princípio da década de noventa. Os juros para conseguir novos empréstimos, que pagassem empréstimos anteriores a vencer, eram de tal forma elevados (tal como agora acontece), que o primeiro-ministro, Oliveira Martins, bisavô do actual presidente do Tribunal de Contas, desvalorizou a moeda nacional em 30%. A medida foi insuficiente. No ano seguinte, como a situação estava a ficar insustentável, o novo primeiro-ministro, Ferreira Leite, bisavô de Manuela Ferreira Leite, declarou a bancarrota, suspendeu o pagamento das dívidas, anulou a dívida interna do Estado, e lançou algumas medidas que estimulassem o mercado interno. Os primeiros três anos foram dolorosos, mas, passados três anos, devido ao aumento de competitividade, através do ajustamento da moeda, recurso que agora não temos, o país voltou novamente a crescer. Não foi preciso vendermos-nos ao estrangeiro, nem alienar a nossa soberania. E, curiosamente, na altura, não havia portugueses a proclamarem que queriam ser governados pela raínha Vitória.


Alexandre de Castro O artigo do jornal SOL, reproduzido nesta página da Lara Raquel Caldeira Ferraz, é esclarecedor, quanto à insolvabilidade dos países do sul da Europa. A moeda única não vai sobreviver, pois o BCE não tem capacidade para resgatar a Espanha e a Itália, cujas economias estão estagnadas. Portugal deverá sair da zona Euro, para à qual nunca deveria ter entrado, pois o euro é uma moeda de valor demasiado elevado para a sua economia, o que teve como consequência a perda de competitividade no exterior. Pode dar-se a imagem daquela criança que veste o casaco do pai. Fica-lhe grande.

Alexandre de Castro Eu já me dava por satisfeito, se fosse possível dar um golpe mortal no capitalismo financeiro, nacionalizando todos os bancos em todos países, criando uma moeda internacional, em substituição do dólar, ao qual reportariam as moedas nacionais, cujo valor seria calculado em função do seu PIB, deixando assim, o dinheiro, de ser uma mercadoria transacionável, que retomaria a sua função original, como meio de pagamento nas trocas comerciais. Deste modo, a especulação monetária não iria inquinar a economia produtiva de bens e serviços.

Obrigado Lara Raquel Caldeira Ferraz e Alexandre de Castro, pela divulgação e autoria deste "poste" que traduz a realidade que já por várias vezes me apeteceu denunciar publicamente... pois... como será, um dia destes? (...)

Julgo que os acontecimentos se vão precipitar, pois a situação, a nível financeiro e económico, esta a agravar-se ao minuto. O sinal foi dado pela necessidade de aprovar um Orçamento Retificativo para 2012, no fim do 1º trimestre, o que é inédito.
A realidade está a andar mais depressa do que as previsões. E as previsões do Orçamento Retificativo, segundo alguns economistas, também já estão ultr...apassadas. A partir daqui, fazer previsões a nível político passa a ser um acto especulativo.
O governo pode cair (parece já haver dissidências graves entre ministros, com alguns a não acreitarem na eficácia da política assumida), pode ocorrer um golpe de Estado, desencadeado pelos militares, e cuja tendência é uma incógnita, pode estalar, por simpatia, uma grande revolta popular.
A própria UE já não acredita que Portugal, tal como a Grécia, tenha sustentabilidade, através da moeda única.
Nunca pensei viver um momento destes, que a ocorrer, será dos mais graves da nossa História.
Alexandre de Castro

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