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domingo, 17 de julho de 2016

A UE está por um fio...


“Espero que haja na senhora May um certo bom senso nas negociações com Bruxelas, porque é esse processo que vai determinar o futuro do Reino Unido no mundo. Mas não tenho grandes expectativas quanto às negociações e ao perfil para o cargo”, defende Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI).
“O referendo não é vinculativo. Legalmente não é vinculativo. Theresa May validou essa situação com a afirmação ‘Brexit é Brexit’, mas também é verdade que Westminster vai discutir a petição que pede um segundo referendo em Setembro”, prossegue [Bernardo Pires de Lima].
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A Grã-Bretanha não é a França, que se submeteu ao domínio da Alemanha. A hora triunfal da Grã-Bretanha chegará, quando a UE se desagregar. Até lá, é necessário desgastá-la, arrastando até ao limite as negociações da sua saída. Neste objectivo, a Grã-Bretanha ganhou ontem [16 Julho], inesperadamente, um aliado casual de peso, não declarado e não assumido: Ergodan, o presidente da Turquia, que tudo irá fazer para fazer a vida negra a Merkel. A Ergodan, bastará abrir a porta aos refugiados, para lançar o pânico e a confusão numa Europa já moribunda.
E os europeístas fanáticos já inventam os argumentos mais absurdos, para esconderem esta realidade.
AC
17 JUL 2016

terça-feira, 12 de julho de 2016

Na Europa continua a ser proibido levantar a cabeça. É obrigatório rastejar…


Na Europa continua a ser proibido levantar a cabeça. É obrigatório rastejar…

Enquanto, em Lisboa, em colorida festa, se aclamavam os novos campeões do futebol, em Bruxelas, a festa era outra, muito diferente. Portugal iria ser castigado por ter elegido um governo desalinhado com o pensamento dominante, ditado pelos donos da Europa, assim como a Espanha, que tem de se deixar dessas veleidades de apoiar partidos e movimentos, considerados radicais.

Tivesse Portugal, como primeiro-ministro, Passos Coelho, e a Espanha já estivesse a ser governada por Mariano Rajoy, e a festa seria outra.

Os gregos também estão a pagar bem caro a sua ousadia e atrevimento, de quererem fazer descarrilar o comboio europeu, o que tirou o sono à Hitler de saias e ao boneco do Eliseu, que, no silêncio dos gabinetes, deram ordens às marionetas de Bruxelas para aplicarem severos castigos aos indisciplinados.
Na Europa continua a ser proibido levantar a cabeça. É obrigatório rastejar.
Alexandre de Castro
12 JUL 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Parabéns, campeões... [TOU CHIM]

TOU, CHIM...

"Não sou bruxo nem vidente, mas tenho feelings e senti que o Éder ia fazer o golo"
Cristiano Ronaldo
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Parabéns à Selecção Nacional de Futebol, pelo importante troféu conquistado, feito que galvanizou o país, as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, principalmente a de França, bem como todo o espaço lusófono, com uma especial referência para o povo de Timor-Leste.

Exceptuando as esquizofrénicas e doentias rivalidades clubísticas, o futebol possui esta magia de unir ludicamente e sentimentalmente as pessoas, embora de uma maneira efémera e ocasional. No caso da selecção nacional, é o sentimento identitário de pertença a uma comunidade, a um território e a uma história colectiva, que prevalece, Mas é também a erupção emocional do momento e a alegria do prazer da festa, que importa realçar nestas situações.

Seria injusto não fazer-se aqui uma elogiosa referência ao brilhante comportamento de quatro atletas portugueses (três mulheres e um homem), no palco do recente campeonato europeu de atletismo.

Patrícia Mamona conquistou a medalha de ouro de triplo salto; Sara Moreira venceu a meia maratona e Jéssica Augusto ficou com o bronze; e Tsanko Arnaudov ficou em terceiro lugar no lançamento do peso.
Merecem o nosso reconhecimento e também o usufruto de uma  exposição mediática adequada, por parte dos órgãos de comunicação social

Alexandre de Castro

Fotografia do Diário de Notícias
2016 JUL 11

sábado, 9 de julho de 2016

Estas são as "malhas que o Império tece" (*)


Estas são as "malhas que o Império tece" (*)

Os portugueses escreveram na História uma página bem negra, ao levantarem do chão de África o gigantesco mercado global da escravatura. 
Marcados a ferro e fogo, como gado, os escravos eram encurralados nos negreiros, que os levariam para o Brasil e para as Américas. Mais de metade morria de doença, na dolorosa viagem, sem regresso. Muitos morriam de saudade. 
Os que chegavam, acorrentados ao ferro de um cruel destino, eram vendidos em leilão, na praça pública, e tratados como animais domésticos. 
Desapossados de tudo, principalmente da sua dignidade, quando morriam, apenas deixavam à sua descendência, como herança, a sua humilde condição: a condição de escravo, em mercadoria transformado.
Portugal ainda não fez a catarse. Ainda não fez tudo, para se redimir desta dor, que do Império nasceu, e que na escuridão dos porões, caminhou pelos mares, lado a lado, com a incandescência da glória, ostentada pela cruz e pela espada, nos pendões pendurados nos mastros das caravelas.
Estas são as "malhas que o Império tece".

Alexandre de Castro

09 JUL 2016
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(*) Texto escrito,  a propósito da inauguração do primeiro memorial da escravatura, em Cacheu, no norte da Guiné-Bissau (Ver aqui), e onde vão ficar guardados vários artefactos, relacionados com o tema: colheres de cozinha, tachos, chicotes e ferros que, depois de ficarem em brasa, pelo lume, serviam para marcar os escravos.
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Também pode ler aqui


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Cooptação do Alpendre da Lua pelo site "Abril de Novo Magazine"


O Alpendre da Lua foi cooptado pelo site "Abril de Novo Magazine", o que muito me honra.
Agradeço aos editores esta distinção.
Pode ver-se, no Destaque, o meu texto "Uma premonição sobre o fim da União Europeia" e, para ver os outros textos já publicados, procurar na janela "Seleccionar categoria" no lado direito da parte inferior da página.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Uma premonição sobre o fim da União Europeia


Uma premonição sobre o fim da União Europeia

Se é verdade que a economia do Reino Unido precisa da Europa, não é menos verdade que a economia europeia também precisa do Reino Unido. E também é verdade que, a David Cameron, a ideia de convocar um referendo, sobre a permanência da Grã-Bretanha na UE, não lhe surgiu de repente, quando ele, numa certa manhã, no início de 2015, em que se preparava para obter o seu segundo mandato, como primeiro-ministro, estava a olhar para o espelho, a barbear-se. Esta ideia já lhe bailava na cabeça, quando, quatro antes, e sob a sua égide, a Grã-Bretanha recusou assinar o Pacto Orçamental (Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na UEM).

E nem sequer se poderá acreditar que estas duas importantes decisões, contra a Europa, tivessem sido tomadas por um capricho individual ou devido a uma sua exacerbação ideológica anti europeísta. Não... Essa era a vontade dos donos da City (o conglomerado do grande e poderoso capital financeiro).
Londres percebeu, desde os primórdios da fundação da UE, que não podia ser potência dominante num espaço, que era ferreamente controlado por Berlim e Paris. E se aderiu à UE, pelas mãos de Margaret Thatcher, foi porque a UE teve de fazer muitas cedências e concessões (algumas delas verdadeiramente escandalosas). 

Mas, com o incontestável crescimento da França e, principalmente, da Alemanha, à custa dos outros países da UE, a Grã-Bretanha, no futuro próximo, iria acabar por vir a perder importância estratégica, a nível internacional. A City tinha de fazer alguma coisa, para se salvar do declínio. E escolheu-se uma estratégia secreta de afrontamento camuflado. Se a Grã-Bretanha não pode combater a Alemanha por dentro, a opção é combatê-la, tendo um pé dentro e o outro fora, que é como ela está agora, após o referendo, e será assim que irá continuar, por alguns anos, com a Grã-Bretanha a adiar constantemente e sucessivamente o acionamento do artigo 50º do Tratado de Lisboa - a fim de formalizar o pedido de saída da EU - e fazendo exigências exorbitantes que a Alemanha não poderá aceitar, para não perder a face, e também porque não quer perder o seu domínio imperial sobre uma dócil Europa (até ver), que a não tem incomodado.

Além disso, a Grã-Bretanha lançou o seu ataque no momento certo, o momento de uma maior fragilidade da UE, atascada em crises sucessivas, e onde, em alguns países, começam a emergir forças centrífugas, que irão ganhar alento com a posição da Grã-Bretanha, e até tornarem-se suas aliadas, no seio da UE.

A Grã-Bretanha vai jogar forte e feio na desagregação da UE, deixando que as intermináveis negociações comecem a minar a confiança dos governos, dos políticos, dos investidores e dos cidadãos. Regressa-se, assim, ao ambiente político que gerou a Primeira Guerra Mundial, em que o objecto da disputa se concentrava na posse de territórios ultramarinos, que a Alemanha não possuía, mas de que necessitava.

Entretanto, a situação económica dos dois lados, em conflito político, irá agravar-se, naturalmente. Não há partos sem dor. Talvez com mais prejuízos para a UE, que terá grandes dificuldades em encontrar plataformas comuns de entendimento sobre os caminhos a seguir e em gerar consensos entre os vários governos dos países, que a compõem, até porque esses governos vão começar a ter de enfrentar-se com uma opinião pública hostil e com uma grande agitação social, que todas as crises fazem emergir. Por outro lado, o sentimento anti germânico irá recrudescer em espiral, motivando os partidos anti europeístas a pedir a realização de referendos.

Neste quadro de confusão, a França poderá vir a dar o golpe mortal na UE, se Marie Le Pen ganhar as próximas eleições. 

Uma coisa é certa: será a Grã-Bretanha a ter a chave na mão, nestas negociações preliminares, e será o governo de Sua Majestade que irá comandar o seu ritmo e prioridades. Aliás já se percebeu o nervosismo dos dirigentes europeus, que já estão a ver o chão fugir-lhes debaixo dos pés.

Nesta análise (ou será mais uma tese de conspiração?), fica-se sem saber qual vai ser o comportamento dos EUA e da Rússia.

Os EUA têm quase terminado o tal secreto TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership) com a Comissão Europeia, que ainda precisa de ser aprovado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu. Trata-se de um tratado (tanto quanto se sabe) que é um autêntico Cavalo de Troia, pois vem dar mão livre às multinacionais americanas, em solo europeu, como se fossem verdadeiras companhias majestáticas e que vem sonegar direitos aos trabalhadores europeus, entre outras malfeitorias, que ainda não são conhecidas. Com uma Europa em ebulição política, e a viver um período de crispação, será difícil a conclusão do processo. E ainda bem…

Quanto à Rússia, se a evolução e as conveniências estratégicas assim o determinarem, alinhará com a Grã-Bretanha, a quem, até, poderá compensar os efeitos de algumas das perdas comerciais dos britânicos com a Europa, começado a importar muitos dos seus produtos.

Não nos esqueçamos que o país de Sua Majestade ganhou os mares em Trafalgar e venceu Napoleão em Waterloo. E a Armada Invencível e os exércitos napoleónicos eram temíveis!

E a Alemanha perdeu as duas guerras que, no século XX, desencadeou na Europa. E o Kaiser Guilherme II e Hitler também eram temíveis e considerados invencíveis.

Alexandre de Castro
2016 07 06 

domingo, 3 de julho de 2016

COMUNICADO DO SMZS _ A perseguição política na Saúde continua a beneficiar de completa impunidade



SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

A perseguição política na Saúde continua a beneficiar
de completa impunidade

Durante a vigência do anterior governo foram denunciados vários processos persecutórios a dirigentes sindicais médicos, concretamente da FNAM (Federação Nacional dos Médicos), mas que beneficiaram de uma completa impunidade e tolerância da anterior equipa ministerial.

A nível dos hospitais do Barreiro e Almada foram estabelecidos processos disciplinares a dirigentes sindicais por exercerem tão somente as suas funções legais no plano sindical e denunciarem aspectos controversos por parte das respectivas equipas de gestão.

No caso do Hospital de Leiria foi aplicado um despedimento sumário a uma dirigente sindical a pretexto do famigerado período experimental porque não aceitou um horário de trabalho que não respeitava o contrato assinado.

Apesar das múltiplas denúncias públicas e das exigências de intervenção ministerial, o anterior titular da pasta sempre se mostrou indiferente e permitiu a impunidade daqueles elementos das administrações por si nomeadas por critérios partidários.

Já na vigência do actual governo, no início do passado mês de Fevereiro, efectuámos uma denúncia sobre a situação existente no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa e o clima persecutório aí instalado.

Mais recentemente tivemos conhecimento de um insólito processo persecutório a dois profissionais da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, sendo um deles médico, que se limitaram a dar um contributo técnico pessoal a um deputado do PS, e a pedido deste, sobre tópicos de gestão para essa unidade e que tendo chegado ao conhecimento da respectiva administração motivou da parte desta a imediata instauração de processos disciplinares.

Deste modo, constatamos que o actual Ministério da Saúde reconduziu as mencionadas administrações que desencadearam processos persecutórios aos dirigentes sindicais.

No caso do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, ao fim de 5 meses, continua a referida administração a gozar de completa impunidade à semelhança do que aconteceu com o governo anterior.

E neste caso mais recente, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, sendo do conhecimento do próprio ministro o que se está a passar, nada foi feito por ele para interromper este processo escandaloso, só faltando saber se não será essa administração também reconduzida.

Estas situações escandalosas e indignas de um Estado democrático não podem continuar a ser toleradas e muito menos a conferir impunidade aos seus executores.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul/ FNAM irá desenvolver todos os esforços na denúncia destes comportamentos e, sobretudo, das conivências políticas inexplicáveis que permitem a continuidade de tais administradores.

Lisboa, 29/6/2016

A Direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul

sábado, 2 de julho de 2016

Referendar a Europa


Referendar a Europa

Começa a ser evidente que o sentimento de pertença à União Europeia começa a abrir brechas. O resultado do referendo na Grã-Bretanha e uma sondagem recente, na República Checa, a revelar uma fraca adesão da população à permanência na UE, assim o demonstra.
“Na República Checa, segundo uma sondagem de abril, a satisfação com a adesão à União Europeia, que aconteceu em 2004, diminuiu para 25%, abaixo dos 32% registados no ano passado”, assinalava o jornal Diário de Notícias, o que levou o Presidente Milos Zeman a pedir um referendo.
Passada a euforia dos primeiros tempos, cheia das promessas dos "amanhãs que cantam", começa a instalar-se um sentimento de descrença e de pessimismo, plenamente justificado, perante a incapacidade dos dirigentes políticos europeus de encontrar soluções eficazes e duradouras para resolver as crises, que, e ao contrário do que dizem os europeístas fanáticos, já são estruturais e não conjunturais.
O presidente checo, ao defender um referendo sobre a continuação da permanência do seu país na UE, e para o qual não tem poderes para o convocar, está a apontar o caminho certo que todos os países membros deveriam começar a percorrer: referendar a Europa. E valido esta ideia, embora esteja consciente dos perigos e de alguns aspectos negativos das pulsões referendárias. Para esta questão fundamental, este será o único processo (o outro será o processo revolucionário) de quebrar o cerco armadilhado das eleições para os parlamentos nacionais, em que o sistema tem dois grandes partidos - federados, financiados e harmonizados doutrinariamente, a nível europeu, pelas suas respectivas internacionais – e que se apresentam ao eleitorado como sendo partidos antagónicos, mas que, na realidade, são idênticos no essencial. É nesta condição de cumplicidades ocultas que ambos  cumprem o ritual da alternância do poder, servindo um para governar e o outro para captar o descontentamento popular, limitando assim o espaço de manobra dos verdadeiros partidos de esquerda.
Num referendo sobre uma grande questão política fracturante, e tal como aconteceu na Grã-Bretanha, o eleitorado tem tendência em segmentar-se transversalmente em dois blocos, minando e limitando assim a acção dos partidos do sistema da alternância, que têm mais dificuldade em controlar os seus tradicionais espaços eleitorais.
Na Grã-Bretanha, no referendo sobre a UE, esta transversalidade referida até atingiu em cheio os deputados do parlamento, em que cada partido, o conservador e o trabalhista, se fragmentou, nas duas opções que estavam a ser escrutinadas. Pode dizer-se que os directórios partidários, por manifesta incapacidade ou por uma premeditada inércia, não seguraram os seus eleitorados tradicionais.
Pretender teimosamente construir um grande edifício, como é o da União Europeia e o do seu subgrupo dos países do euro, sobre um terreno movediço, que está a perder consistência e solidez, conduzirá à sua fatal derrocada, com terríveis consequências económicas e sociais.
Querer unir e federar a Europa é uma utopia. Nem pelas armas, Carlos Magno, Napoleão ou Hitler a conseguiram unir. Por profundas razões históricas e pelas diversidades linguísticas, a Europa é um mosaico de nações, com as quais os respectivos povos se identificam. Só assim se compreende que o continente mais pequeno do mundo, em área, seja aquele que mais países soberanos possui.
Na Europa, o sentimento mais identitário é o sentimento nacional e não o continental.
AC
2016 JUL 02

Agradecimento...


Agradeço ao ANTÓNIO VERÍSSIMO a amabilidade de ter aderido ao Alpendre da Lua.