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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Notas do meu rodapé: Da chantagem à humilhação da Grécia


Referendo. A nova arma dos credores para pressionar a Grécia
Sem grandes rodeios, o ministro alemão das Finanças largou a bomba esta segunda-feira: “Se a Grécia quiser fazer um referendo, poderá ser útil”. Foi em Bruxelas, à chegada para a reunião do Euro grupo, que Wolfgang Schäuble admitiu que colocar a decisão nas mãos do povo grego pode ser a solução para a falta de entendimento entre o governo grego e os credores.

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Da chantagem à humilhação da Grécia
Ainda ontem, escrevi num comentário do Grupo "E agora Portugal" que o grande objetivo da Alemanha passou a ser o desejo de provocar uma grande humilhação à Grécia e ao seu governo, legitimamente eleito. Ela, a humilhação, está aí provocantemente escancarada, através das palavras do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, e do presidente do Parlamento Europeu, por acaso (!), também alemão, que cometeram um grosseiro erro ao imiscuírem-se num assunto que apenas diz respeito ao governo grego e ao seu povo. Não é da competência dos órgãos da UE, nem de nenhum dirigente político de um país membro dizer ao governo grego o que deve ou não deve fazer em termos eleitorais, pois isso está escrito na Constituição da Grécia. Além de ser um gesto de intolerável má educação, representa, acima de tudo, uma manifestação de arrogância, de quem sabe que tem muito poder. Ao longo da História, a Alemanha já nos habituou a essa arrogância, irreverente e perigosa.
E os destinatários desta ignominiosa provocação, antecedida por um longo período de manobras chantagistas, não são apenas o povo grego e o seu atual governo. A provocação também pretende constituir-se num sério aviso a todos os povos e a todos os governos da Europa que ousem discordar do pensamento único e totalitário do governo alemão e das suas domesticadas extensões nos órgãos comunitários.
Não devemos ter medo da ameaça, nem entregarmo-nos às inevitabilidades da resignação. E isto, porque somos nós que temos razão, ao querer defender a soberania dos povos, que está a ser agredida pela Alemanha, servindo-se do seu ascendente nos órgãos decisórios da UE, o que lhe permite que também já ande a propor a necessidade de centralizar na Comissão Europeia a gestão dos mares circundantes ao velho continente, ao mesmo tempo que lançou a ideia de se constituir um exército europeu. São mais que evidentes as tentativas de assalto à soberania dos povos europeus.

Alexandre de Castro

1 comentário:

O Puma disse...

Talvez a queda da Grécia seja uma revolução