Referendo.
A nova arma dos credores para pressionar a Grécia
Sem grandes rodeios, o ministro alemão das
Finanças largou a bomba esta segunda-feira: “Se a Grécia quiser fazer um
referendo, poderá ser útil”. Foi em Bruxelas, à chegada para a reunião do Euro
grupo, que Wolfgang Schäuble admitiu que colocar a decisão nas mãos do povo
grego pode ser a solução para a falta de entendimento entre o governo grego e
os credores.
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Da chantagem à humilhação da Grécia
Ainda ontem, escrevi num comentário do Grupo
"E agora Portugal" que o grande objetivo da Alemanha passou a ser o
desejo de provocar uma grande humilhação à Grécia e ao seu governo,
legitimamente eleito. Ela, a humilhação, está aí provocantemente escancarada,
através das palavras do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, e do presidente do
Parlamento Europeu, por acaso (!), também alemão, que cometeram um grosseiro
erro ao imiscuírem-se num assunto que apenas diz respeito ao governo grego e ao
seu povo. Não é da competência dos órgãos da UE, nem de nenhum dirigente
político de um país membro dizer ao governo grego o que deve ou não deve fazer
em termos eleitorais, pois isso está escrito na Constituição da Grécia. Além de
ser um gesto de intolerável má educação, representa, acima de tudo, uma
manifestação de arrogância, de quem sabe que tem muito poder. Ao longo da
História, a Alemanha já nos habituou a essa arrogância, irreverente e perigosa.
E os destinatários desta ignominiosa provocação,
antecedida por um longo período de manobras chantagistas, não são apenas o povo
grego e o seu atual governo. A provocação também pretende constituir-se num
sério aviso a todos os povos e a todos os governos da Europa que ousem
discordar do pensamento único e totalitário do governo alemão e das suas domesticadas extensões nos órgãos comunitários.
Não devemos ter medo da ameaça, nem entregarmo-nos
às inevitabilidades da resignação. E isto, porque somos nós que temos razão, ao
querer defender a soberania dos povos, que está a ser agredida pela Alemanha,
servindo-se do seu ascendente nos órgãos decisórios da UE, o que lhe permite que também já ande a propor a necessidade de centralizar na Comissão Europeia a gestão dos mares
circundantes ao velho continente, ao mesmo tempo que lançou a ideia de se
constituir um exército europeu. São mais que evidentes as tentativas
de assalto à soberania dos povos europeus.
Alexandre
de Castro
1 comentário:
Talvez a queda da Grécia seja uma revolução
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