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quarta-feira, 23 de maio de 2018

A propósito da morte de Júlio Pomar.



A propósito da morte de Júlio Pomar.

Vão morrendo os ícones da cultura portuguesa contemporânea, que a minha geração "aprendeu" a admirar. Morremos um pouco por cada um deles, que nos deixa, e somos invadidos por um indelével sentimento de "perda" e de "orfandade".

E esse sentimento de "perda" aprofunda-se dramaticamente, quando verificamos que se vai formando, à nossa volta, um assustador vazio cultural, pois eu não vislumbro os sucessores que, mesmo em ruptura com o passado, ao nível dos paradigmas (o que é normal acontecer), assegurem a continuidade da cultura herdada.

E esta fractura cultural profunda talvez se explique pelas rápidas mudanças, a todos os níveis, geradas, para o bem e para o mal, no ventre da globalização e sustentadas pela vertigem das novas tecnologias.

Talvez estejamos em presença da maior revolução da Humanidade, que vai impor um novo modelo para o que, actualmente, entendemos por "cultura".

 Alexandre de Castro
2018 05 23

terça-feira, 22 de maio de 2018

António Arnaut: Um homem simples, que deixou uma obra grande...


Foto de Conselho Português para a Paz e Cooperação.


António Arnaut: Um homem simples, 
que deixou uma obra grande...

Deixo aqui, como homenagem, um pequeno texto, que publiquei na minha página do facebook.

"Não fosse a determinação e a coragem de António Arnaut, e, hoje, os portugueses não teriam uma das mais valiosas pérolas de Abril, o Serviço Nacional de Saúde.

Rendo-me à sua verticalidade e honradez, quer como homem, quer como político. Que os actuais militantes do Partido Socialista o tomem como modelo exemplar, para bem de Portugal, aquele Portugal que António Arnaut sonhou e defendeu".

Alexandre de Castro
2018 05 21

sábado, 19 de maio de 2018

Bruno de Carvalho quer ter mais visibilidade pública do que a Rainha de Inglaterra



Bruno de Carvalho quer ter mais visibilidade pública do que a Rainha de Inglaterra


Bruno de Carvalho, que está a ocupar todo o espaço mediático, "masturba-se" intelectualmente, de cada vez que uma figura pública o critica. Atingirá o clímax, quando o Papa ou  Trump ou a Madona falarem dele. Aí, o "Estádio de Alvalade até abana".

O "homem", a quem já só falta o bigodinho e a edição do seu livro, Mein Kampf (A Minha Luta), está a trabalhar a sua imagem de "durão", e tudo fará para que se fale dele, negativamente, para assim poder explorar o estado de graça da "vitimização", junto das massas alienadas sportinguistas, que parece controlar. Quanto mais o perseguirem, mais a aura do homem invencível se agigantará, pensa ele.

Bastaria que a comunicação social, em bloco, boicotasse as suas declarações públicas e não noticiasse as suas iniciativas e os seus movimentos, para que ele optasse, imediatamente, pela sua demissão de Presidente do SPC, já que não poderia entregar-se mais ao seu delirante espectáculo mediático, sendo obrigado a regressar ao estado vegetativo da sua inutilidade primária.

Ele sonha, com outros horizontes, para além do futebol. E Marcelo Rebelo de Sousa que se cuide, pois é muito possível que o tenha à perna, nas próximas eleições, para a Presidência da República. Ele já deu um sinal, como, remotamente, se pode inferir dos remoques enviados para o Palácio de Belém (Ver notícia).

O homem acusa um distúrbio psíquico, que pode detectar-se naquele olhar vago, embaciado e errático, que o caracteriza, o que o poderá enquadrar numa qualquer entidade nosológica da Psiquiatria.

Era importante saber se ele já tem ficha aberta no Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos.

Alexandre de Castro
2018 05 18

O regresso ao Sporting...



O regresso ao Sporting...


Na minha juventude, adoptei o Sporting como o meu clube de eleição. Hoje, estou tão distante do futebol, como estou da Lua. Mas, neste momento, de vergonha para este clube e para o país, quero afirmar, num gesto de inteira solidariedade para com os jogadores e o seu treinador, assim como para com toda a equipa técnica, que volto a ser um fervoroso adepto do Sporting Clube de Portugal.
Excluo, evidentemente, desta minha singela homenagem, o actual presidente do clube, que é, no meu entender, o grande culpado de toda esta inédita confusão.

Alexandre de Castro
2018 05 16

quarta-feira, 16 de maio de 2018

O regresso dos Bárbaros...

Jogador do Sporting Clube de Portugal ferido no ataque de adeptos, em Alcochete


O regresso dos Bárbaros


Na última terça-feira, uma horda de criminosos, a mando de alguém, irrompeu pelo Centro de Treinos do Sporting Clube de Portugal, em Alcochete, e atacou com uma violência inaudita os jogadores e o treinador daquele clube.

Passado algum tempo, o presidente Bruno de Carvalho chegou às instalações, e, interrogado pelos jornalistas, respondeu, com um grande desplante e com uma frieza arrepiante, e cito de memória, “que era chato a agressão aos jogadores, mas que tínhamos de nos habituar a estes crimes”.

Confesso que fiquei siderado com tanta frieza e com tanta  irresponsabilidade.

Eu julgo que o "homem" (Bruno de Carvalho) alimenta ambições, que vão para além do Sporting e do futebol. Procura passar a ideia subliminar de que é um dirigente duro e que até conseguiria endireitar um país, ou até o mundo, se tivesse um mandato para tal. Profere discursos incendiários, a fim de gerar apoios, entre os mais ignorantes, o que é uma técnica tipicamente fascista.

Mas o que é certo, é que ele está a destruir um clube centenário, que é uma referência nacional, mesmo para os que não gostam da bola, o que é o meu caso.

Soube ontem, através de um amigo, que o pequeno "Hitler Verde" fez parte, enquanto jovem, das hordas ruidosas e, pelos vistos, extremamente perigosas, da Juv Leo, onde, possivelmente, teria selado amizades duradouras, que, agora, parecem ser muitos úteis, para a sua estratégia desestabilizadora e conflituosa.

Hitler, enquanto jovem, foi um pintor falhado e, durante a Primeira Guerra Mundial, serviu, como cabo, o exército austríaco. Ninguém podia adivinhar que, daquela insignificante personagem, de média estatura, iria nascer um monstro...

Alexandre de Castro
2018 05 16

terça-feira, 15 de maio de 2018

Onde estão os Direitos Humanos na Palestina?




Onde estão os Direitos Humanos na Palestina?

Na Palestina, não funciona o argumento dos Direitos Humanos, sempre invocado pelos países ocidentais, para desacreditar os movimentos revolucionários e os países com regimes progressistas, não-alinhados com o sistema imperialista/capitalista. O Sionismo começa a copiar os brutais métodos dos antigos carrascos dos judeus, os nazis alemães. Só faltam os campos de concentração e os fornos crematórios, para exterminar os palestinianos.

Não podemos ficar calados com o regresso da barbárie e a ascensão dos novos "hitleres", com ou sem suástica.

Temos de combater, com os nossos meios, o fascismo sionista e apoiar a luta heróica do povo palestiniano.

VIVA A PALESTINA LIVRE E INDEPENDENTE!...

Alexandre de Castro
2018 05 15

domingo, 13 de maio de 2018

Maio 68...



Maio 68...


Foi o Maio da esperança, em França,
delírio épico de uma revolução romântica
a cantar os hinos de todas as rebeldias,
e a fazer crescer o sonho contra o desencanto.
Inspirou Portugal, na Revolução dos Cravos,
que rompeu as trevas numa manhã de Abril.
Era um mundo velho, decrépito, que morria
Era um mundo novo, de sonhos, que nascia…

Alexandre de Castro

Lisboa, Janeiro de 2018

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Al Berto - Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida




há-de flutuar uma cidade...


há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
 
Al Berto

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A falta de médicos no SNS é uma realidade indesmentível




Os três centros de orientação de doentes
urgentes (CODU) estão a funcionar
sem os médicos necessários e não
raras vezes estão a trabalhar com
apenas três, quando deveriam
existir pelo menos seis clínicos.


E nós, por cá, lá vamos cantando e rindo, alimentando aquela vã esperança de que o azar não nos bata à porta... Esta introdução é para os distraídos.

Em situações de emergência médica, um minuto, que seja, pode determinar o destino de uma vida. A nossa, inclusive. Por isso, não podemos deixar-nos embrulhar pelos argumentos "fraudulentos" do governo, nem pela hipocrisia dos partidos da direita, em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que está a degradar-se, de dia para dia, principalmente no interior do país, onde já se vivem situações dramáticas.

A falta de médicos e de enfermeiros (e foi isto que motivou a actual greve médicos, com uma duração de três dias, e que está a ter um retumbante êxito) é, actualmente, o problema central do nosso sistema de saúde. E sem os meios humanos necessários, nenhum sistema pode ser funcional.

Mas é bom que se perceba por que razão esta situação está a ocorrer, e também por que razão António Costa nunca se pronuncia (ou poucas vezes se pronuncia) sobre o SNS, chutando o ónus dos encargos para o seu ministro da tutela, que, no primeiro dia da greve, em desespero de causa, até afirmou que (pasme-se!), se fosse médico, também teria aderido à greve, afirmação esta que pré-anuncia, a prazo, o fim do seu mandato. Ele irá, certamente, dentro de alguns dias ou semanas, pedir a sua demissão, invocando, como argumento, a falta de condições, para exercer o seu cargo, o que, neste caso, (e só neste caso), o do congelamento da admissão de novos médicos e enfermeiros, é verdadeiro.

A nomeação de um novo ministro da Saúde vai dar a António Costa a oportunidade de tentar travar, por mais uns meses, a contestação dos profissionais da Saúde à sua política em relação ao SNS, ao mesmo tempo que vai alimentando falsas expectativas nos portugueses. 

Não é ainda chegado o momento em que ele possa vir dizer que virou "mais uma página", do livro que anda a ler, um livro que lhe foi aconselhado por Merkel, por Macron e por Junker (tudo boa gente, que só querem a felicidade dos portugueses), e onde consta que Portugal tem um serviço de Saúde acima das suas possibilidades, pelo que, a ter de haver cortes, para equilibrar o défice orçamental, terá de ser neste sistema que eles deverão incidir, recomendação esta que Costa se apressou a sublinhar, (no tal livro que anda a ler), e que Centeno - já com as nádegas bem ajustadas ao assento da cadeira do Presidente do Eurogrupo e talvez já espreitando novas oportunidades de carreira - se prontificou a executar, cativando verbas do Orçamento de Estado em vigor, que já se encontram alocadas ao SNS, e que, assim, ficam em suspenso, dependendo a sua libertação, para execução, do equilíbrio das contas públicas, a meio do segundo semestre do ano. Se o défice, nessa altura, estiver controlado, haverá festa rija, pois, além do êxito financeiro alcançado, haverá um lauto bodo aos pobres, mesmo à beira das eleições legislativas, o que vem mesmo a calhar. Se o défice derrapar, então os hospitais e os centros de saúde têm de se amanhar com os técnicos de saúde, que têm actualmente, e esperar pelo próximo ano. Por sua vez, o dinheiro, que ficou cativo, no actual exercício, será incorporado no abatimento do défice orçamental. Entretanto, quer num caso, como no outro, muitos portugueses vão morrer, por falta de assistência médica atempada, o que será uma situação bem mais grave do que a corrupção de que estão indiciados Sócrates e Pinho, pois uma vida não tem preço no mercado de capitais.

António Costa tem dois problemas graves, que lhe estão a tirar o sono, e ambos com incidência orçamental, e que poderão ter repercussões eleitorais. Um é este, relacionado com o SNS. O outro reporta para os incêndios florestais do próximo Verão, em que um clamor de protestos está a varrer o país, com as várias entidades e instituições ligadas ao sector a pronunciarem-se sobre as graves falhas e carências existentes, ao nível dos meios de ataque aos incêndios, assim como ao nível das estruturas de coordenação. Até parece que é um país inteiro que está a arder.

António Costa, com o caso de José Sócrates e de Manuel Pinho, já perdeu a ambição de conquistar a maioria absoluta, nas próximas eleições legislativas. A canzoada do PSD e do CDS e a imprensa de referência domesticada, que funciona como câmara de ressonância da direita, não vão largar-lhe as canelas, tentando promover o caso ao nível de  uma questão de regime, mas esquecendo os muitos telhados de vidro coleccionados, durante o regabofe do cavaquismo.
 

Se tudo correr mal a António Costa, em relação ao SNS e se os incêndios florestais provocarem outra tragédia, poderá ser o fim da Geringonça e o domínio da direita no aparelho do Estado, o que até agradará aos donos da Europa, que não se coibirão de repetir o jogo das chantagens e das ameaças veladas, antes das próximas eleições. Mas isto, acima de tudo, será uma tragédia para o povo português, pois a direita, além de impor a sua ideologia neoliberal, irá descarregar, sobre os trabalhadores e sobre os reformados, o fel da sua vingança, resultante dos ódios acumulados, durante os últimos quatro anos.

Para que a Geringonça continue a poder viabilizar um outro governo minoritário, do PS, António Costa tem de mudar de agulha e deixar-se de querer fazer joguinhos com o PSD, de Rui Rio, como aconteceu recentemente, ao aceitar discutir com os sociais-democratas um acordo sobre o SNS, quando se sabe que Rui Rio levará debaixo do braço um plano gizado para favorecer a entrada em força dos agentes privados no SNS.

Alexandre de Castro
2018 05 09

terça-feira, 8 de maio de 2018

Como era Portugal antes da Democracia?





Ainda tenho a memória desse tempo sem futuro.
Era o país de Salazar, um campónio doutorado, que odiava o progresso e dele desconfiava, e que, da Cultura, tinha apenas a visão distorcida de um seminarista da província.

Era o país do "Livro Único", onde os portugueses aprendiam a ser "obedientes, pobres, honestos e trabalhadores", e em que se legislava sobre o comprimento das saias das mulheres, que tinham de esconder os joelhos, para evitar os seus perversos efeitos eróticos.

Era o país em que só se deveria "foder", às escuras, embora os portugueses estivessem sempre a ser "fodidos", às claras. (*)

Era o país que até tinha um Portugal dos Pequeninos.

Alexandre de Castro
2018 05 08

(*) Desculpem o calão utilizado, que não é dos meus hábitos, na escrita. Mas, desta vez, tinha de vos escandalizar, tal como, certamente, se escandalizaram com a visualização deste vídeo. E, oxalá, que uma grande crise, que, segundo alguns economistas de renome, vem aí a caminho, não nos ponha novamente a comer, ao pequeno- almoço, caldo de couves e pão com toucinho.

terça-feira, 1 de maio de 2018

O negócio dos corninhos...



O negócio dos corninhos...

Achei muita piada a um texto de opinião de um jornalista, que escreveu: "Afinal, os corninhos de Manuel Pinho eram para todos nós".
Quem deve estar a rebolar-se de riso, é o ex-deputado do PCP, a quem Manuel Pinho dirigiu o insultuoso e obsceno gesto, numa sessão da Assembleia da República.
Mas, a pergunta que se impõe é esta: Quem é o próximo ex-ministro que nos andou a pôr os cornos?

Alexandre de Castro
2018 05 01