Um Dilúvio: água e lama e muitos mortos...
Cheias de 1967. Foi uma das grandes tragédias do
país, que veio juntar-se à de Alcácer Quibir e à do grande terramoto de Lisboa,
e que, posteriormente, já nos tempos actuais, teve uma nova manifestação nos
grandes incêndios florestais do centro do país.
Em 1967, houve mortos, cerca de setecentos,
houve heróis, os estudantes universitários de Lisboa, que se mobilizaram
solidariamente, para irem auxiliar as vítimas, e os bombeiros voluntários das
regiões afectadas, que, por iniciativa própria, e com parcos meios
operacionais, retiraram os mortos da lama. Mas também houve canalhas, os
próceres do regime de então, com Salazar à cabeça, que tentaram ocultar a
tragédia, para que o mundo não viesse a conhecer as condições de miséria em que
a maioria dos portugueses vivia e que, também, de forma criminosa, negaram
qualquer apoio às populações atingidas, que mais pobres ficaram.
Leiam este texto da página da Rádio Renascença e
ouçam a versão áudio. Muitos portugueses, entre os que têm menos de cinquenta
anos, desconhecem esta tragédia e as suas consequências.
Alexandre
de Castro
2017 11 22