Óleo sobre tela _ maria azenha |
Uma
palavra só_
Uma mulher sentada numa cadeira
na poeira de um segredo/
mantém-se iluminada por uma labareda acesa.
Como um capricho violento dos deuses
o poema aflora em seus níveis De incertezas
através de fragmentos de relâmpagos e memórias.
Procura o quê?
A clemência do instante invade então as horas
e as águas feitas de alçapões e prosas
encontram-se e desprendem-se.
Aqui vemos o céu escuro levantar-se das paredes
pousando a mão num momento incandescente/
entrando pelas sombras do vestido escarlate
que a mulher sustenta.
Através dos olhos dela posso ver um aquário
transparente/
onde pequenos peixes se movem/
como num teatro /
na própria luz do movimento.
Digo Uma palavra só. Uma palavra persistente.
© maria
azenha
***
Comentário à pintura de
Maria Azenha:
A
pintura ganha um especial relevo pela marcação de um forte contraste das duas
cores, sabiamente escolhidas.
Comentário ao poema de Maria Azenha:
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