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quinta-feira, 30 de julho de 2015

“Enquanto a banca for privada, qualquer governo é refém do capital financeiro”


Num pavilhão cheio de simpatizantes da ala esquerda
Num pavilhão cheio de simpatizantes da ala esquerda do Syriza, Lafazanis defendeu a saída da Grécia do euro, criticou a estratégia de Tsipras e respondeu à “campanha de difamação” na imprensa, que diz ter como alvo o conjunto do partido e toda a esquerda grega.
Lafazanis defendeu o controlo público da banca da Grécia para desempenhar o papel de apoio à economia. “Enquanto os bancos permanecerem sob controlo e gestão privada, os governos, quaisquer governos, só poderão ser reféns do capital financeiro”, argumentou, lembrando que só agora estão a ser investigados a fundo os escândalos que envolvem alguns dos principais bancos gregos das últimas décadas.
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Qualquer processo revolucionário tem de contemplar na sua estratégia a nacionalização da banca. No sistema capitalista, são os bancos que detêm o poder cambial e o poder monetário, um poder que não é escrutinado pelos cidadãos, mas que é de uma importância fundamental para o planeamento e a execução das políticas económicas dos governos nacionais.
Com a adesão à moeda única, os países que aderiram perderam o poder cambial e o monetário. Com o Tratado Orçamental de 2012, o poder orçamental ficou amputado. Agora, e aproveitando-se dos efeitos da crise grega, a Alemanha e os seus aliados e os seus lacaios pobretanas já querem um Orçamento europeu, reduzindo assim os poderes de cada Estado. A concretizar-se esta deriva federalista, cada país será apenas uma província da Europa e os respectivos primeiros ministros passarão à categoria de governadores civis. Num quadro destes, Portugal estaria para a Europa, assim como a província de Trás-os-Montes está para Lisboa.

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