"O candeeiro a petróleo caiu em desuso nos anos 60 em Portugal, mesmo nas aldeias mais remotas, onde a electricidade foi um luxo que tardou a chegar. Em pleno século XXI, com o agravamento da crise económica, o candeeiro a petróleo regressa em força a muitos lares portugueses, principalmente nas zonas suburbanas do país", escreve o diário i.
O jornal dá o exemplo de um estabelecimento comercial no centro de Oeiras que "tem vendido ultimamente uma grande quantidade de candeeiros a petróleo". O gerente da loja "explica o inesperado sucesso de vendas de forma lapidar: 'Encomendo aos 150 candeeiros de cada vez e desaparece tudo'".
O jornal assinala que "outro item com muita saída são os sacos de água quente (...). De resto, a própria Organização Mundial de Saúde diz que metade dos idosos portugueses não tem meios para manter as casas quentes."
Diário de Notícias
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Se há imagens que ilustram bem o grande retrocesso do país, esta, a do recurso aos antiquados candeeiros a petróleo, é uma delas. A seguir, assistiremos ao regresso do burro ( a juntar aos que já andam por aí), como meio de transporte privilegiado. Sinais inequívocos de uma nova Idade Média. É certo que alguns espertalhões (os que não são afetados pela crise e os que até lucram com ela) tentam a todo o custo fazer-nos acreditar que vale a pena fazer sacrifícios (os outros, claro), pois só assim poderemos conquistar o céu. Só que essa gentinha ainda não nos disse, preto no branco, fazendo as contas, quanto é necessário crescer para pagar as dívidas e os juros. Com uma economia intencionalmente levada à ruína, e como sem economia não há finanças, daqui por alguns anos nem dinheiro teremos para comprar o petróleo para os candeeiros. Restar-nos-á ainda a candeia com azeite.
5 comentários:
Estava eu a pensar nisso enquanto lia o texto: candeeiros a petróleo ao preço que ele está?! Nem candeias a azeite! Velas e círios...
E antes que as mechas acabem, se calhar chega-se fogo à peça.
E antes que as mechas acabem, se calhar chega-se fogo à peça.
Tem razão, anónimo. Esquecia-me das velas, esse produto de elevada tecnologia, produzido às toneladas na fábrica dos milagres, em Fátima, e que depois é vendido no mercado da Fé.
Como sou muito prosaico, não tinha reparado no componente milagreiro das velas...
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