Há mulheres que escrevem poemas às escuras
na
mão escrevem um nome de um santo.
Sentadas,
ficam à espera que as tempestades
desabem
sobre os homens das suas paixões
normalmente
são mulheres estéreis
que
foram educadas à sombra dos conventos
e que se benzem antes do coito,
assombradas
por medos ancestrais.
Tenho
de as segurar nos abraços fatais
quando
reviram os olhos nas órbitas dilatadas
e
o corpo é uma haste trémula de um arbusto
sacudido
pela passagem do vento.
Não
há um sorriso de encantamento,
naqueles
rostos cerrados, habituados à clausura
apenas
o fantasma do pecado
e a sombra negra do pesadelo nas noites brancas
Alexandre de Castro
1 comentário:
Gostei muito deste espaço!
É um celeiro de poesias
Que nos encantam por vias
Transcendentais e aqui passo
A vez primeira, em que faço
Esses mal talhados versos
Por sermos de universos
Parecidos: és poeta;
Eu, versejador como meta
De dar luz para o meu sonho
De versejar e suponho
Ser, apenas, falso esteta.
Belíssimo espaço! "Se o vinho é bom, não importa a procedência!" Mas o belo, por transcendentalidade anímica, a mim, interessa e me comove, a origem lisbonense - cidade que amo. Parabéns, amigo! Abraço cordial. Laerte
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