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domingo, 13 de dezembro de 2020


 

AOS DEUSES POR MIM E POR TI INVENTADOS
 
 
Nem tu sabes quanto eu adoro
os deuses
quando escrevo para ti os poemas da redenção
ou quando me liberto da terra
nos momentos de solidão,
quando tu faltas.
É uma oração profana
que nenhum padre, rabino
ou mullah entende.
É uma oração
que não entra na igreja, na mesquita
e na sinagoga,
não foi revelada
nem ensinada,
não tem símbolos nem hinos
nem ortodoxias
nem assume verdades absolutas.
É aquela oração que tu me ensinaste
em murmúrios quentes, segredados,
nos nossos mútuos encantamentos
e para rezar a todos os deuses
por mim e por ti inventados…
 
                                                        Alexandre de Castro
 
Lisboa, Abril de 2007

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