Jerusalém
deveria ser uma cidade internacional, administrada pela ONU
Mexer em Jerusalém, é mexer numa ferida que
ainda sangra. Ela pertence ao mundo do imaginário das três grandes religiões
monoteístas, e não pode ser reivindicada, em exclusividade, como capital de um
qualquer Estado, cujos fundamentos assentem numa das doutrinas dos Livros
Sagrados (Antigo Testamento, Evangelhos e Alcorão).
Jerusalém deveria ter um estatuto único,
universal e independente, sob a administração da ONU, que garantiria a
liberdade de culto e o acesso dos crentes aos seus lugares sagrados.
...
Vai fazer um século, que a Palestina, pela
Declaração de Balfour, sofreu um rude golpe, ao permitir que o sionismo
internacional lançasse a primeira pedra do seu plano, de longo prazo, de
recuperar para os judeus o Estado e o território que perderam há dois mil anos,
em consequência da sua integração no Império Romano. Se o mundo todo começasse
a reivindicar direitos históricos milenares, o caos, a desordem e a guerra
surgiriam por todo o lado.
Quem poderá invocar o direito histórico, em
relação à Palestina, será o povo palestiniano, um povo que resultou da natural
evolução demográfica da região, depois da época do Império Romano, e que foi
traído, em 1948, pela comunidade internacional, quando esta aprovou, na ONU, e ainda
sob o efeito emocional dos crimes do nazismo alemão sobre os judeus, a
constituição do Estado de Israel, naquele território, entretanto islamizado, ao
longo de sete séculos. Foi a mesma coisa que lançar gasolina para o meio do
fogo. E a gasolina foi oferecida pelo poderoso lobie sionista, que os grandes
banqueiros judeus, dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, sustentam, alimentam e
estimulam.
Alexandre
de Castro
2017 12 08