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domingo, 27 de setembro de 2020

Memória da Guerra Civil





 Memória da Guerra Civil

 
Percorro esta Espanha profunda e ferida,
incendiada
pela metralha...
Farta de fomes de vidas,
esfarrapada
em sangue e dor...
 
Mataram a esperança renascida
no grito solto às portas de Madrid,
pela Pasionária ...
"No passaron" ...
 
Viva la Muerte... Viva la Muerte...
Era o grito ébrio do vendaval do terror
da outra barricada,
arrancado do fundo das entranhas...
Ao som dos clarins,
eles desfilavam em triunfo nas marchas marciais,
invocando a barbárie
nas vibrações dos sabres, de sangue ainda quente,
manchados.
 
Mataram Garcia Lorca, em Granada ...
Mataram a cultura...
E nos curros da praça de Badajoz
ficaram sós
no silêncio da matança,  
deambulando na orgia
da sua loucura e da sua demência !...
 
                                              Alexandre de Castro
 
Lisboa, Abril de 2000


2 comentários:

Emilio Antunes Rodrigues disse...

Belo poema, nunca é de mais lembrar este e outros horrores do fascismo

Alexandre de Castro disse...

Sem dúvida, Emilio Rodrigues.É importante conhecer o passado, para melhor compreender o presente.
Obrigado, pelo seu comentário.