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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Estou cansado…


Estou cansado…

Estou cansado,
cansado de estar cansado.
Sinto o peso do chumbo
dentro de mim
e durmo embrulhado dentro da noite.
O Tempo foge-me pelos dedos
e queima-me a palma das mãos
e só agora descubro que ele existe
e que é tormento, dor,
uma ferida rasgada no coração,
uma fogueira que arde
e que nada nem ninguém pode apagar.
Já não sou o que era
e já não serei o que sou…
 
                                          Alexandre de Castro
 
Lisboa, Setembro de 2020
 

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