O ex-ministro da Presidência grego, Georges
Contogeorgis, afirmou hoje, em Coimbra, que a vitória de Angela Merkel nas
eleições alemãs de domingo significa "a desvalorização económica e o
empobrecimento" dos países do sul da Europa.
Os países do sul "não vão sair deste
impasse nem nesta, nem, provavelmente, na próxima geração", disse Georges
Contogeorgis à agência Lusa, no final de uma conferência organizada pelo Centro
de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra,
intitulada "Da crise ocidental à crise da Europa política - A natureza da
crise".
O também ex-reitor da Universidade de Panteion
de Atenas considerou que os governos de Portugal e Grécia "estão
conformados" e "de acordo" com as medidas impostas pela ‘troika',
defendendo que os países do sul, juntamente com o apoio da França, deveriam
"exprimir-se, a uma só voz, contra a política alemã".
Notícias ao Minuto
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Estou de acordo com a posição expressa pelas
duas altas individualidades gregas, que marcaram presença na conferência
organizada pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da
Universidade de Coimbra, quando referem a pulsão totalitária da Alemanha, ao
querer exercer uma hegemonia económica e política no continente europeu, um
desígnio sucessivamente tentado, sempre sem sucesso, desde o início do último
quartel do século XIX. Já aqui escrevi que a Alemanha de Merkel pretende fazer
com o euro e com a política de austeridade o que Hitler não conseguiu fazer com
os tanques e os canhões. Contando com a cumplicidade dos governos europeus
(conservadores, socialistas e sociais democratas), a Alemanha, com o falso
pretexto das dívidas soberanas, declarou uma guerra financeira aos países
periféricos, procurando transformá-los, através das instituições comunitárias,
em verdadeiros protetorados. Com esta política assassina, a Alemanha também
procura salvar a desagregação da UE e da sua moeda única - uma e outra à beira
da ruptura, tal é a instabilidade financeira instalada na Europa - recuperando
para o BCE os resultados líquidos da austeridade, na forma de juros,
respeitantes aos empréstimos dos chamados planos de ajustamento orçamentais,
que por sua vez são canalizados à taxa de um por cento para os bancos do
sistema financeiro europeu, o que permitirá cobrir os passivos tóxicos (títulos
de dívida incobráveis), num processo que durará mais cinco anos, segundo a
previsão das autoridades alemãs.
3 comentários:
Ainda há quem não queira ver as evidências
O conformismo dos países do sul têm por base a conivência dos próprios governos. Eleitos democraticamente, diz-se...
Onde estão os heróis capazes de dar o peito às balas pelo seu povo? E o Povo? Demora a acordar...
Lídia
Lídia Borges e Puma: E o que é certo é que o povo português ainda não acordou. O mito sebastianista ainda perdura!...
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