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sexta-feira, 16 de julho de 2021

 




Passei ao lado de uma nuvem negra, mas não morri…
Os anjos deram-me como morto, mas enganaram-se, e já se preparavam para me levarem à presença do Divino.
Consegui inverter a marcha, sem eles se aperceberem, e, sorrateiramente, comecei a descer por uma enorme escadaria de mármore, engalanada com grinaldas, e que me levou ao sítio de onde tinha partido.
E, finalmente, foi aí, que compreendi o que era a vertigem do tempo e a celeridada da vida.
Alexandre de Castro
Lisboa, Julho de 2021

3 comentários:

Sónia M. disse...

Trocar as voltas aos anjos e ao caminho...

Espero que estejas bem.

Beijinho

Alexandre de Castro disse...

Como? Se me falta o engenho e a arte...
Fiquei feliz por teres vindo aqui.
Se me perguntas se estou bem, eu terei de dizer-te que não. Desde que apanhei, no Hospital de S. José, uma septicémia, que me ia matando e que me amarrou, durante oito dias, à cama do hospital, outras patologias, sem grande gravidade, despoletaram, para meu desencanto. Mas agora, com esta tua simpática e compensadora mensagem, que eu já não esperava, uma nova alma nasceu em mim. Juro-te que não farei mais asneiras. Irei portar-me bem.
Todos os beijos que quiseres.
Alexandre, o teu amigo.

hanna disse...

La vida es una vorágine!! Profundo texto. Un abrazo.