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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Num instante, um clik _ Fotografia de Milú Cardoso



Um instante de magia, no momento do ocaso, em que o fogo incendeia os céus.
Alexandre de Castro
2018 02 26

A última declaração de amor…




A última declaração de amor…


Quando começarmos a decapitar e a enforcar as estátuas
é porque já estamos em declínio.
É o tempo em que o tempo se escapa pelos dedos.
E isto também é verdade para as praias e para os búzios.
Infelizmente...
Depois do naufrágio,
irei novamente subir as escarpas dos rochedos
que guardam a praia.
E ali ficarei a olhar o luzeiro do céu,
para ver as estrelas a incendiar as almas.
Farei então a minha última declaração de amor.

Alexandre de Castro

Lisboa, Novembro de 2015

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Homine…




Homine…


Na Antiga Idade,
era uma mercadoria
uma mercadoria com vida
que de escravo seria…

Apagavam-lhe a identidade
para lhe negar a liberdade…

Na Média Idade,
promoveram-no a servo,
da gleba, dizia-se,
mas negavam-lhe a terra
que a um senhor pertencia…

Na Nova Idade
passou a operário
trabalhava mais de metade do dia,
na fábrica ou na mina,
cumprindo um doloroso horário
em que lhe sugavam o sangue
negando-lhe o justo salário…

E chamaram a isso democracia…

E hoje, embora livre,
e com direitos consignados
pelo regime liberal,
sendo amanuense ou operário, 
continua a ser escravo,
dos senhores do Grande Capital…

E andam a dizer que isto é mais democracia…

Alexandre de Castro

Lisboa, Fevereiro de 2018

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Rui Rio: Um aspirante a ditador…



Rui Rio: Um aspirante a ditador…

Eu não quero meter-me na "chinfrineira" do PSD, nem tomo partido pelos "chefes" de cada facção. Entre eles, venha o diabo que escolha. São todos maus e venenosos. Mas, neste caso, o da não convocação de Hugo Soares para a reunião da Comissão Política do PSD, na qual, por inerência, ele tem assento, como presidente do grupo parlamentar, não posso deixar de criticar as declarações de Rui Rio, que justificou a exclusão do deputado, com ridículo argumento de que ele está demissionário daquela presidência e que a reunião iria ocupar-se apenas de assuntos políticos estratégicos do partido e não de assuntos de gestão corrente.

Ora, eu julgo que, estatuariamente, o presidente do grupo parlamentar não tem apenas assento nas reuniões da comissão política, cuja agenda apenas seja dedicada a assuntos de gestão corrente. Tem assento em todas.

E o facto de se encontrar na condição de demissionário, os seus poderes no cargo mantêm-se inalterados até ser ser substituído.

Rui Rio começou a mostrar o dedo e a unha de um aspirante a ditador... (ver aqui

 Alexandre de Castro

2018 02 20

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Morreu a escritora Natália Nunes


Morreu a escritora Natália Nunes, autora do romance Assembleia de Mulheres
Ver aqui

***«»***
O tempo passa, a morte avança, mas é sempre difícil aceitarmos a ideia...
Com toda a saudade, a minha homenagem a Natália Nunes.
Alexandre de Castro

2018 02 14

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A parolice do doutor Costa em relação aos novos impostos da UE


A parolice do doutor Costa em relação
aos novos impostos da UE

Ao chegar-se à frente na questão da criação de mais impostos europeus, o doutor Costa quer ser mais papista que o próprio Papa. Ou, então, estará a abrir caminho - através da exibição de um fanático e ridículo europeísmo - para vir a ocupar, no futuro, um cargo de prestígio nas instâncias europeias, após cessar as suas funções de primeiro-ministro de Portugal. Seja como for, fica-lhe mal a assumpção desta expressiva e bacoca profissão de fé europeísta, inquinada por um escandaloso e rasteiro servilismo, que envergonha o país. Eu até não sei se a ideia não lhe teria sido encomendada por alguém importante, de Bruxelas, de Paris ou de Berlim, para, assim, se iniciar uma campanha promocional que facilite a aceitação, por parte da opinião pública europeia, da criação de mais impostos comunitários. É que esta declaração extemporânea e absurda, que não cabe em nenhum contexto político das funções de um primeiro-ministro, enquanto tal (nenhum primeiro-ministro dos países da UE veio a terreiro falar disto), vai levar o médio cidadão europeu a formular o seguinte raciocínio: Se Portugal, um país pequeno e pobre, e que foi crucificado na cruz da troika, aceita, de bom grado, a criação de mais impostos comunitários, porque não aceitar a ideia como útil e razoável?

Mais uma vez, Portugal tem um primeiro-ministro a fazer a quixotesca figura do "Bom Aluno" da Europa, uma postura que foi comum a todos os primeiros-ministros, depois da adesão à UE. Parolice promovida...

Alexandre de Castro
2018 02 13
Ver aqui e aqui

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

É urgente acabar com a vandalização do mercado de trabalho



Bruxelas: Portugal protege excessivamente "contratos permanentes"

O alerta consta de um estudo da Direção-Geral para os Assuntos Económicos e Financeiros e refere-se aos contratos sem termo. Bruxelas considera que estes contratos têm "excesso de proteção".
***«»***

É urgente acabar com a vandalização
do mercado de trabalho

Os trabalhadores portugueses devem começar a pensar em que partidos irão votar nas próximas eleições legislativas. É que Bruxelas está a iniciar o ataque à estabilidade social do nosso país, a nível do emprego. Por agora, o aviso vem pela via burocrática - uma Direcção Geral, que não tem rosto - mas, se o governo português não obedecer, no futuro, far-se-á ouvir a voz grossa da cúpula política da UE.

Percebe-se a estratégia de Bruxelas. Por um lado, impor o modelo neoliberal, que tem a sua expressão máxima na liberalização total do mercado de trabalho, dando plenos poderes ao patronato de  suspender unilateralmente (e sem justa causa), um qualquer contracto de trabalho, a termo certo. Por outro lado, se esta ideia for aplicada, os empresários vão começar a despedir os trabalhadores dos grupos etários mais elevados - que já não terão a oportunidade de encontrar um novo emprego e que serão penalizados nas suas reformas - e substitui-los, com contractos a prazo, por jovens trabalhadores.

Com a recuperação deste poder discricionário, que vigorou durante o regime fascista de Salazar e Caetano, o patronato fica com uma poderosa arma na mão, para contrariar a capacidade reivindicativa dos trabalhadores e dos sindicatos ligados à CGTP, ao mesmo tempo que vai servir-se da cumplicidade dos sindicatos amarelos, que, nos momentos críticos, acabam por alinhar, embora com alguns disfarces, com as teses do patronato.

Perante esta potencial ameaça para o mundo do trabalho, é importante, desde já, confrontar o governo do PS de António Costa com esta abusiva e descarada recomendação de uma obscura Direcção-Geral da Comissão Europeia, que, de certeza, não actuou de moto-próprio e sem o aval da respectiva cúpula política.

É óbvio, que esta luta também tem de envolver a reivindicação de acabar com a actual precaridade trabalho dos jovens trabalhadores, precaridade esta que ainda não mereceu a atenção do actual governo. A maioria dos contractos de trabalho, que são oferecidos aos jovens trabalhadores, principalmente aos de média e pequena qualificação, contemplam apenas um perídio de seis meses. Entre este universo, são muito raros os casos de jovens trabalhadores que conseguem fixar-se num posto de trabalho, com um contracto sem termo.

Esta vandalização do mercado de trabalho, levada a cabo, principalmente, pelos médios e pequenos empresários, e que tem tido a cumplicidade passiva do governo do PS, vai ter, no futuro, repercussões a nível demográfico, acentuando o envelhecimento da população portuguesa, uma vez que estes jovens não têm condições económicas de organizar uma família e de assegurar a sucessão geracional.

É urgente acabar com esta vandalização do mercado de trabalho.

Alexandre de Castro
2018 02 06

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Afinal, os “gangsters” são os banqueiros!...


Sabe quanto gasta por ano em comissões bancárias?
“Considerando a anualidade e a taxa de manutenção, no total, cada português é obrigado a desembolsar 63 euros por ano. Parece pouco? Este valor representou dois mil milhões de euros em 2017, o que significa que são cobrados cinco milhões de euros por dia aos portugueses”.
***«»***

Afinal, os “gangsters” são os banqueiros!...

Afinal, os “gangsters” são os banqueiros!... Levaram os bancos à falência, com o crédito ao desbarato, durante os anos de ouro da especulação imobiliária, tendo arrecado lucros fabulosos, e, agora, querem que sejam os depositantes a pagar a factura. E como Portugal está amarrado de pés e mãos à União Bancária Europeia, coordenada pelo BCE, o governo pouco pode fazer, para não dizer que não pode fazer nada.
Mais uma delícia do "paraíso" europeu que o PS, PSD e CDS, ardilosamente, venderam aos portugueses. Mas, descansem, que a procissão ainda só vai no adro. Quando chegar à igreja vai ser "o bom e o bonito".
Alexandre de Castro
2018 02 03