A uma poeta que voa nas asas dos pássaros...
Também eu te invento, todos os
dias...
Também eu desespero com o
absoluto inatingível...
Também és aconchego da minha
alma torturada...
Também te leio, com deleite...
Também te espero, na viagem
redentora do pássaro azul,
no alvoroço da madrugada...
Também te amo, embora tu não
saibas...
E eu que não posso sentir-te,
nem ver o teu olhar!...
Nem contigo respirar os aromas
dos teus poemas
porque, para mim, o dia será sempre
noite
e é na noite que eu expio as
minhas penas....
Alexandre de Castro
Lisboa, Julho de 2016