Quando surgiu a polémica, a propósito da decisão do PCP, de pretender organizar, este ano, em tempos de epidemia, a Festa do Avante (a maior manifestação política de Portugal), eu defini, apenas para mim mesmo, e com algumas dúvidas e hesitações, a minha posição.
Não a divulguei imediatamente, neste espaço, pois preferi aguardar por outras opiniões, que inevitavelmente iriam surgir. E surgiram muitas, e muitas delas trazendo à ilharga um feroz anti-comunismo. É o costume.
E a minha posição é a que apresento a seguir, e que já publiquei noutro local.
"Tudo vai bem, quando tudo corre bem. O pior será se o André Ventura infiltrar, no espaço do evento, uma vintena de contaminados (pagos), e, nos dias seguintes, emergir uma corrente de transmissão, entre pessoas, que estiveram na Festa do Avante. Aí, cai o Carmo e a Trindade.
É elevada a probabilidade de se gerarem várias cadeias de contaminação, num agregado de milhares de pessoas. E esta asserção, baseada nas probabilidades e nas estatísticas, deve sobrepor-se aos argumentos de ordem políticos e partidários, porque, em primeiro lugar, está em causa a defesa da Saúde Pública".
Declaração de interesses: Sou simpatizante do PCP, desde antes do 25 de Abril, votei no PCP em todas as eleições realizadas e fui candidato do PCP, à presidência da Câmara Municipal de Ourém, nas penúltimas eleições autárquicas.
Alexandre de Castro
Lisboa, Agosto de 2020