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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

LOUVOR


Centro Oncológico Dra. Natália Chaves - Carnaxide

LOUVOR

A crítica fundamentada e objectiva envolve ou o protesto indignado ou o elogio rasgado. E, neste caso, é o autêntico elogio que o subscritor pretende expressar neste pequeno apontamento.

A primeira impressão positiva a registar, para quem cruza este espaço, o Centro Oncológico Dra. Natália Chaves, remete para a concepção arquitectónica do edifício, a marcar a sua modernidade, através do estilo sóbrio das suas linhas rectilíneas e da nobreza, ajustadamente simples e desnudada, dos materiais utilizados, quer no seu exterior, onde se consegue uma harmonia com a paisagem ajardinada envolvente, quer, principalmente, no seu interior, onde, num cruzamento de uma combinação feliz, se descobre uma estética, despojada de inúteis maneirismos, e, ao mesmo tempo, se consegue obter a respectiva funcionalidade, para o fim em vista.

Uma outra observação positiva, a registar, e esta, talvez, a mais importante e a mais significativa, já que se trata da humanização deste espaço, vai dirigida directamente para os funcionários da instituição, com quem o subscritor mais lidou, ao longo destes dois meses do seu tratamento. Embora não se encontre credenciado para proceder a uma qualquer avaliação sobre as respectivas competências técnicas, o subscritor, de uma forma indirecta e sumária, pode anotar, com toda a segurança, o bom desempenho profissional desses funcionários, que se detecta pela forma expedita e segura como cumprem os rigorosos protocolos instituídos, para cada função a desempenhar. E tudo isto só é possível, porque a direcção da instituição soube assumir uma gestão criteriosa e rigorosa dos procedimentos a aplicar para todas as funcionalidades inerentes à sua missão. Assim se explica a ausência de confusões e, a cada momento, o surgimento de uma grande aglomeração de doentes, ao mesmo tempo que se proporciona e o seu atendimento atempado.

E, tal como uma cereja em cima de bolo, é de registar a enorme e espontânea simpatia, sem ser compulsivamente forçada, com que todos funcionários da instituição envolvem os doentes. E aqui, embora não pretenda discriminar ninguém, e, talvez, porque o acaso determinou uma maior frequência de contactos no processo de atendimento, é de toda a justiça destacar a simpatia e o aprumo profissional da recepcionista, D. Sónia Canelas.

E é, principalmente, pelo ângulo desta perspectiva humanizante, que o subscritor regista, com agrado, o seu agradecimento aos profissionais de enfermagem e aos técnicos de radioterapia, bem diferenciados tecnicamente, às recepcionistas, diligentes e simpáticas, no atendimento, aos funcionários administrativos e aos imprescindíveis funcionários auxiliares, e isto sem esquecer a valiosa prestação da médica, Dra. Rosário Vicente, assim como a oportuna intervenção avulsa da senhora enfermeira Paula Dias, a quem o subscritor apelidou amavelmente de a sua querida torturadora. 

Alexandre Lopes de Castro
Jornalista
Lisboa,17 de Dezembro de 2018

domingo, 2 de dezembro de 2018

A França sempre nos habituou a ser a aurora das revoluções.



A França sempre nos habituou a ser a aurora das revoluções. E, agora, já não são os estudantes românticos do Maio 68 a manifestar-se, nem os operários a fazer greves, uns e outros já domesticados pelo sistema. Agora, são todos aqueles franceses da França profunda e "do fim do mês difícil", que apoiam este movimento dos coletes amarelos, um movimento que poderá vir a ser capturado pela extrema - direita, se é que o referido movimento – sem liderança visível e que se apresenta como uma estrutura inorgânica e horizontal – não nasceu por uma sua secreta inspiração.
De qualquer maneira, vem-nos à cabeça o Maio 68.

Alexandre de Castro