Esta manifestação ocorreu apenas há cinco anos. Parece que já foi há muito tempo. Mas não foi. Parece também que os motivos que a mobilizaram já foram ultrapassados. Mas não foram. O que aconteceu é que o sistema, entretanto, teve tempo de branquear a situação com uns pozinhos de fantasia e de demagogia. Mas as fantasias não pagam dívidas. Continuam por resolver os problemas estruturais da economia, sendo o principal a moeda única, uma moeda desajustada, em relação à produtividade, e que está a prejudicar o desenvolvimento económico do país. Mais tarde ou mais cedo esse problema vai estoirar-nos nas mãos, o que vai obrigar a um novo tipo de austeridade. E, a partir do próximo ano, será Bruxelas a partir e a dividir o queijo, pois a comissão europeia já ganhou o poder de rectificar e aprovar o Orçamento de cada país membro do euro.
E será fácil de adivinhar que novas e duras exigências irão ser impostas a Portugal, o que irá desencadear um grande descontentamento popular e a ocorrência de novas manifestações. Por isso, não podemos deitar para o caixote do lixo as bandeiras. Vão ser precisas.
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