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domingo, 18 de outubro de 2020

 



Não digas nada meu amor...                                         
(Parafraseando Fernando Pessoa)
 
                                                     A uma “Poeta”
                                                     Que se lembrou de mim…
 
 
Não digas nada, meu amor,
Não digas nada que eu não saiba.
Porque a dor é sempre maior do que a ferida
E eu já não tenho tempo para nada…
 
Vivo no crepúsculo dos dias, dos meses e dos anos
E as noites são cada vez mais frias…
Falta-me o teu calor para aquecer as mãos
Falta-me a tua voz e o teu canto
Para aquecer os dias…
 
Não digas nada, meu amor
Não digas nada daquele dia
Em que te encontrei à porta do poema
E tu disseste que já me conhecias…
 
Não digas nada meu amor
Não digas nada da tua poesia
Que eu bebia numa taça de prata
Para me embriagar na volúpia dos meus sonhos
Até à chegada das festivas madrugadas.
……………………………………………….
Não digas nada meu amor…
 
                                                              Alexandre de Castro
 
Lisboa, Maio de 2020
 
 


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