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domingo, 28 de maio de 2017

Morreu o grande jornalista Miguel Urbano Rodrigues



Morreu o grande jornalista Miguel Urbano Rodrigues

Morreu um grande jornalista. Foi através da sua mão que eu me iniciei no jornalismo, escrevendo artigos de opinião para o jornal "o diário", de que foi director.
Era um homem bondoso. Desde a juventude até à sua morte, Miguel Urbano Rodrigues pautou a sua vida pela coerência com ideal comunista.

Era irmão do escritor Urbano Tavares Rodrigues, também já falecido. Miguel Urbano Rodrigues era licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas e, perseguido pelo regime salazarista, viveu exilado, durante muitos anos, e até 25 de Abril de 1974, no Brasil, onde exerceu a profissão de jornalista. Foi ele que fez a reportagem do assalto ao paquete S. Maria, tendo entrevistado Henrique Galvão.
Alexandre de Castro

2017 05 28 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

LA PALAVRA ES LA ESPADA DEL ESPÍRITO _ Itsmania Platero


Minha querida amiga Itsmania Platero:

LA PALAVRA ES LA ESPADA DEL ESPÍRITO é um texto de antologia. Escrevê-lo nas Honduras não é o mesmo que escrevê-lo em Portugal ou em qualquer outro país da Europa. Nas Honduras, é um risco, que pode ter consequências trágicas, incluindo a morte. Na Europa, seria um texto de opinião brilhante, de quem se preocupa pelos Direitos Humanos, pela Democracia e pela Liberdade, e que seria elogiado por todos os verdadeiros democratas, que fazem da cidadania um valor supremo.
Agradeço-te, minha querida amiga, a amabilidade de me teres citado, na parte final  do primeiro editorial da tua nova revista, com uma frase minha, da qual já não me recordava. Desejo que através da palavra escrita, que tu sabes habilmente manejar, na tua língua, consigas recrutar militantes e apoiantes para as tuas elevadas e nobres causas, pelas quais tens lutado com muita coragem e determinação, e enfrentando enormes perigos.

Alexandre de Castro 

***«»***

“La palabra es la espada del espíritu”
Itsmania Platero
Mujeres&Negocios

Hoy somos los periodistas actores de un drama a diario vivido, hondureños en una cloaca de terror, intimidación, impunidad y corrupción donde la ley del más fuerte está por encima de la justicia, donde los valores morales se han sustituido por el amor al dinero.

Visto desde otro ángulo, está es la escena, es la mina de imágenes y cuentos que sostienen la producción gráfica y literaria de lo increíble, lo que asusta y lo sangriento, sirven con una óptica distinta en el análisis de la importancia de la violencia y la muerte, en el manejo del Estado Moderno Humanista y en la psicología social de un pueblo al borde de la rebelión y la miseria.

La violencia en Honduras es una cruda realidad, normal en un estado de alerta que no es la excepción sino la regla, donde todos contamos los muertos haciéndonos actores en el gran escenario de la vida, provocando el miedo y narrando con insistencia capítulos de una novela de la vida real que pretende mostrarnos seguridad y orden en nuestra sociedad.

La legitimación del uso de la fuerza como un medio de resolución de conflictos la convierte en un comportamiento social aceptable, en ausencia de la capacidad de mantener el orden social en el país, "en respuesta se castiga el principio bíblico de libertad"

“El amarillismo y la nota roja” son la mejor arma del gobierno, que fabrica simulacros de justicia e integridad institucional, normalizando la violencia social y el fenómeno de seguridad. siendo la mujer y los niños los más vulnerables.

Graficando la muerte en la sección de cierre, se escoge la mejor imagen generando parámetros que deben de cumplirse analizando con los editores gráficos el mejor escenario del crimen, la mejor fotografía, el color, el vocabulario, el titular que tome acciones al momento de redactar la portada cuando la dimensión del hecho lo amerite. ¿ACASO NO ES ESTO TERRORISMO?

El amarillismo y el morbo al estilo de la propaganda rusa, una forma de coerción social y a la vez una forma de producción cultural es decir de “arte”. Donde los medios de comunicación se convierten en un teatro, una falacia, que confunde al lector, al grado que por un momento no va a diferenciar entre la ficción y la realidad.

*ESTO ME TRAE EL RECUERDO la banda de rock Pussy Riot, sus integrantes permanecieron en prisión en Rusia; María Alyokhina privada de libertad a mil kilómetros lejos de su hogar e Ivadezhda Tolokonnikova presa en un hospital prisión. Ambas detenidas en el 2012 por el delito de "vandalismo motivado por odio" después de haber protestado frente la catedral de Moscú.

La represión y el miedo son elementos claves en la elaboración gráfica de un estado capaz de mantener la soberanía y garantizar la seguridad social, “en una Honduras donde muchas veces la realidad es el resultado de la mentira, el juego, el negocio,” que adquiere más profundidad y afecto en nuestras vidas.

“Woodrow Wilson se declaró así mismo como el representante personal de la gente. "Nadie más que el presidente". En 1917, proclamó la entrada de Estados Unidos en la 1ra Guerra Mundial, una cruzada para hacer el mundo "un lugar seguro para la democracia". Después de la elección, Wilson concluyó que América no podría seguir siendo neutral en la guerra mundial. En abril 1917, él le pidió al congreso una declaración de guerra en Alemania. Wilson se presentó ante el Congreso para anunciar los blancos americanos."

El producto final será la participación del lector, en las "Redes Sociales " que sin ser actor se volverá autodidacta, al dar su veredicto suplirá las carencias estatales, certificará las mentiras que se volverán verdades, aceptando lo incorrecto como correcto, validando la irresponsabilidad, hará suya la noticias sin pensarlo, sintiendo sensaciones de compasión y miedo.
Al final de la obra, el lector ya no será el mismo, nacerá en él, elementos de juicio que le ayudarán a tomar una decisión crítica, definida, orientada y correcta, listo para multiplicar con otros su verdad cada vez más desfigurada, carentes de veracidad y conformándose con la simpleza de la información.

"El periodismo es la ventana del mundo, por donde se puede ver lo importante que pasa, más allá de las paredes y los muros y que muchos quieren ocultar... Alexandre de Castro"

Itsmania Platero

In Mujeres&Negocios


***«»***

Ponho à consideração dos editores de Abril de Novo Magazine a cooptação do blogue Xibalba Arte e Cultura. da jornalista hondurenha Itsmania Platero.
2017 05 25

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Incandescências _ Fotografia de Milú Cardoso (**)

Incandescências _ Fotografia de Milú Cardoso

Incandescências _ Fotografia de Milú Cardoso (**)

Nesta fotografia de Milú Cardoso está tudo: luz, cor, contraste e forma, e, acima de tudo, a enorme capacidade da autora de descobrir a oportunidade para captar a beleza, que a Natureza oferece. Há algo de mágico, nesta fotografia, que nos encanta. E dela escorre uma serenidade, que nos seduz. Repare o leitor como os mastros das embarcações, batidos pela luz rasante do Sol poente, ganham outra majestade e beleza. E, a marcar o horizonte, a luz do fogo a incendiar os nossos olhos.
Alexandre de Castro
2017 05 18
 (**) Título do editor

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O livro "A CASA DE LER NO ESCURO" de Maria Azenha. [Para quem quiser comprar]


Para quem queira adquirir exemplar do livro "A CASA DE LER NO ESCURO" / (2ª Edição,) 2017 [Finalista do Prémio Internacional de Poesia Glória de Sant' Anna 2017]
.
Efectuar o pedido através do email:

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O Anjo do desastre

Chegou a morte com a boca cheia de cravos.
Chegou numa certa manhã escura
com sirenes no deserto e
cavalos

contra a primavera
contra a chuva

sem que o sangue de deus existisse num milagre
ou num mícron de segundo.

Vi o anjo do desastre colocar os pés no mundo.

Maria Azenha.

In A CASA DE LER NO ESCURO
2017 05 17

terça-feira, 16 de maio de 2017

Merkel e Macron dispostos a alterar tratados europeus...


Merkel e Macron dispostos a alterar tratados europeus
Os dois defenderam ainda um "novo dinamismo"
 na relação franco-alemã, com Merkel a anunciar a
realização a curto prazo de um "conselho de ministros
franco-alemão para apresentar projetos bilaterais
suscetíveis de dar uma nova dinâmica
aos nossos trabalhos".


Agora, os dois colossos da Europa até já falam na criação de um Conselho de Ministros franco-alemão, para melhor imporem a sua vontade e promoverem a defesa dos seus interesses, na UE. Depois, no domesticado Conselho Europeu, os outros países, também com governos domesticados, através dos dois partidos da "alternância democrática", assinam de cruz. E é esta a democracia europeia, em que até o Parlamento Europeu, eleito directamente pelos cidadão, não tem voto na matéria.
Alexandre de Castro
2010 05 16

sábado, 13 de maio de 2017

A falácia para ocultar a irracionalidade do milagre de Fátima e a nova fase de evangelização global, através do culto mariano


A falácia para ocultar a irracionalidade do milagre de Fátima e a nova fase de evangelização global, através do culto mariano

Ontem, dia 12 de Maio, foi o dia da saturação e da intoxicação, em termos de comunicação social. Fui massacrado por todos os lados.
Desculpem-me os crentes honestos, mas Fátima faz-me comichão.
Tive tempo de ler uma entrevista do Bispo de Leiria-Fátima (um homem inteligentíssimo e que, quanto a mim, vai ser provavelmente o próximo Papa), em que ele, inspirado num texto de Bento XVI, sobre o mesmo tema, elabora um raciocínio rebuscado para tentar contornar e até ultrapassar a irracionalidade do milagre de Fátima (ele é um racionalista). Diz o Bispo António Marto, e disse o anterior Papa, que foi seu professor, na Alemanha (cito-os de memória), que não ocorreu em Fátima a presença corpórea da Santa, nem ela “desceu dos céus aos trambolhões,” não podendo, pois, falar-se de uma verdadeira aparição. Houve sim uma visão mística, de inspiração e intervenção divinas, que levou os três pastorinhos a transformá-la em realidade vivida. Bento XVI, naquele seu texto referido, até disse (e continuo a citar de memória) que Deus poderia manifestar-se aos humanos por intervenção nos fenómenos atmosféricos (como é que ele sabe isto?!), sendo esta asserção proferida para justificar o milagre da dança do Sol, que não teria sido outra coisa mais, do que uma intencional alteração da refracção da luz, provocada pelo Criador.
Apesar de se tratar de duas sumidades, no campo da Teologia, este artifício escatológico e de hermenêutica não consegue esconder a irracionalidade de um fenómeno, que os padres de Ourém e de Leiria transformaram, na sua origem, num indisfarçável embuste, que perdura e irá perdurar, já que se tornou a principal narrativa do catolicismo que, verdadeiramente, está a mobilizar os respectivos crentes. Esta visita a Fátima do Papa Francisco poderá muito bem ser o arranque de uma nova fase de evangelização, a nível global, esgotadas que estão as narrativas anteriores, baseadas nos evangelhos, e que convidam os crentes a resignarem-se perante o sofrimento.
A imagem original da Santa já percorreu o mundo, há uns sessenta anos, para levar aos crentes a mensagem anti-comunista da Santa Sé. Nos próximos tempos, poderá ocorrer uma coisa parecida, a fim de travar a expansão do Islão, principalmente na Europa, e recrutar novos crentes na Ásia e nos territórios africanos, onde ainda subsistem as frágeis religiões animistas. Se esta minha hipótese estiver certa, mais se adensa a minha convicção de que o próximo Papa será o bispo de Leiria-Fátima (que, entretanto, terá de ser consagrado cardeal), uma vez que será ele que estará em melhores condições, como conhecedor da realidade mariana de Fátima, de dirigir a Igreja Católica nesta nova fase de expansão evangélica.
Mas regressando às falácias do pensamento do bispo de Leiria-Fátima e do anterior Papa Bento XV, para retirarem os milagres de Fátima do campo da irracionalidade, somos levados a dizer que se desenganem aqueles crentes que julgam que a Religião pode sobreviver sem se encaixar minimamente na evolução da Ciência. Ao longo da sua existência milenar, a Igreja Católica teve grandes dissabores por querer contrariar as evidências científicas. Primeiro, com Copérnico e Galileu, em relação ao heliocentrismo. Depois, com Darwin, em relação à evolução das espécies. Ambas as doutrinas, comprovadas racionalmente pelo método científico, desmentiram a dogmática versão bíblica sobre a centralidade da Terra, em relação ao Universo, e sobre a origem do Homem. O Vaticano, derrotado e humilhado, e após muito tempo de estéreis resistências, teve de corrigir a rota doutrinal, adoçando-a e adaptando-a, de forma subtil, aos novos tempos.
Resta a Fé cega e irracional dos crentes, uns ingénuos, outros ignorantes, para que o mito tenha medrado, numa crescente alienação de consciências.
Temos de ter paciência (na paz do Senhor).

Alexandre de Castro

**
Antes de escrever este texto, repesquei uma memória do Facebook, de há um ano, em que, ironicamente, me referi aos milagres da Fátima, e que deixo aqui.

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Hoje, é dia da Santa. Não deixe de olhar para o céu (use óculos) para ver o Sol a dançar.
De caminho, veja aqui a descrição do mais fantástico e inacreditável milagre, que ocorreu em 1453, e em que até os burros se ajoelharam aos pés do Santíssimo.
2017 05 13

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Curiosidades sobre a pintura "Figura na janela _ Salvador Dali

"Figura na janela”_ 1925 _ óleo sobre tela _ 103 x 75 cm
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, Espanha

Curiosidades sobre a pintura "Figura na janela" de Salvador Dali

Esta pintura de Salvador Dali, intitulada “Figura na janela”, tem interesse, por se tratar de uma das poucas obras de Dali, executada, segundo o cânone da escola e do estilo do movimento realista. Como se sabe, Dali ganhou uma enorme celebridade e um justo reconhecimento internacional com as suas arrojadas pinturas surrealistas, que não deixam ninguém indiferente. Ele levou a pintura ao limite da loucura, com a sua imaginação delirante, quase febril. São recorrentes, na sua pintura, os cenários fantasmagóricos e dantescos - autênticos pesadelos - que impressionam.
A mulher, retratada de costas, numa posição descontraída, é a irmã de Dali, Ana Maria Dali, que lhe serviu de modelo em algumas das suas obras.

A propósito desta pintura, reproduzo aqui o apontamento de um internauta,  LuDiasBH, que nos ensina a ver as suas significativas particularidades.

“No quadro, tudo denota movimento: os vincos nas cortinas feitos pelo vento,  assim como os ondulados do vestido da moça, os cachos de seus cabelos, a toalha branca no parapeito da janela e o mar encapelado. Ao fundo está o povoado, que se faz presente através de seu reflexo no vidro da janela aberta para dentro da casa, à direita.  Um barquinho à vela singra o mar, próximo ao povoado”.
Alexandre de Castro

Nota: Dali deixou nesta pintura uma subtil e envolvente sensualidade na figura feminina (a sua irmã), que não se detecta imediatamente, num primeiro olhar.
2017 05 10

terça-feira, 9 de maio de 2017

Apoiar greve dos médicos, é uma forma de defender o SNS

Greve dos médicos _ 10 e 11 de Maio de 2017

Apoiar greve dos médicos, é uma forma de defender o SNS

A Ordem dos Médicos (OM) subscreve
as reivindicações dos sindicatos que
convocaram uma greve para quarta e
quinta-feira, lamentando a degradação
das condições de trabalho que leva à
"insatisfação crescente dos profissionais
de saúde".
Ordem dos Médicos

Com esta greve, a primeira a ser convocada, conjuntamente, pelos dois sindicatos do sector, os médicos não estão apenas a defender as suas reivindicações profissionais, que são justíssimas. Estão também a defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sua versão matricial.
Não se pode falar em SNS sem médicos (e outros profissionais da Saúde) suficientemente motivados, quer em relação a uma remuneração compatível, quer em relação à duração diária do seu trabalho. É inconcebível que os profissionais de Saúde façam turnos acima das doze horas nos serviços de urgência. Além de gravosa e perniciosa para a saúde dos profissionais, esta situação também não é favorável para ou utentes, que podem ser vítimas de um qualquer erro médico ou erro de enfermagem, em consequência do cansaço desses profissionais.
Apoiar esta greve, é uma forma de defender o SNS.
Alexandre de Castro
2017 05 09

domingo, 7 de maio de 2017

Poemas para o Dia da Mãe _ vários



6 poemas para o Dia da Mãe

Eugénio de Andrade
Sophia Mello Breyner Andresen
Maria Azenha
Sónia M
Maria Gomes
Alexandre de Castro


Morte da V República da França

O friso dos presidentes da V República de França

Morte da V República da França

Já não interessa saber quem, hoje, vai ganhar a eleição presidencial francesa, e isto, porque a França já perdeu. Perdeu os valores da V República, do General De Gaule, que sempre defendeu a afirmação da França, face à hegemonia do mundo ocidental, exercida pelos EUA (auxiliada pela Grã-Bretanha), e à qual Sarkozy e Hollande, servilmente, se submeteram. Emmanuel Macron, que é o putativo vencedor, é o homem que obteve o unânime apoio dos banqueiros e dos empresários franceses, pois será ele que irá introduzir na política francesa o pleno modelo neoliberal de Reagan e de Thatcher, embora seguindo o enganador modelo da terceira via, seguido por Blair, na Grã-Bretanha.
Através do voto, os franceses, que souberam liquidar o Partido Republicano e o Partido Socialista, que, alternadamente, governaram A França, nas últimas décadas, não souberam, contudo, evitar que o desfecho na segunda volta, tivesse de ser disputado entre dois candidatos, que, cada um à sua maneira, estão vocacionados para desfigurar a França. Os franceses vão pagar muito caro o facto de não terem optado pela eleição de Jean-Luc Mélenchon, que, através do seu movimento "A França Insubmissa", defendia o fim da austeridade e o aumento do salário mínimo.
Resta aos franceses corrigir a rota nas eleições legislativas.
Alexandre de Castro
2017 05 06

sábado, 6 de maio de 2017

A descentralização é o melhor caminho para a privatização


A descentralização é o melhor caminho para a privatização.

A descentralização anunciada, através de um processo propagandístico, que já não é novo, é, na realidade, tal como diz um articulista de um jornal transmontano, "um presente envenenado". Mas também se trata de uma armadilha. Ao transferir competências para as autarquias, principalmente as que reportam às que envolvem as ligadas ao Estado Social, tais como a Saúde e a Educação, o actual governo transfere também, ocultamente, a respectiva responsabilidade política, que se dilui por centenas de agentes políticos locais no país, julgando que assim se furta ao julgamento nas urnas, em caso de insucesso. A descentralização de competências é a melhor forma de reduzir despesas, em serviços essenciais, sem que os portugueses percebam imediatamente, pois se essas reduções fossem efectuadas pelo pelo poder central, elas seriam logo percepcionadas e conduziriam ao descontentamento e à punição eleitoral. Quando faltarem meios para os serviços descentralizados terem a mesma qualidade e mesma abrangência, que actualmente possuem, a culpa será sempre do autarca e nunca do ministro da tutela, que assobiará para o lado. Este é o melhor caminho para a privatização dos serviços que irão ser descentralizados, principalmente, na área da saúde, quando a penúria financeira chegar às autarquias, devido ao incumprimento financeiro da transferência de verbas, por parte  do poder central. As autarquias não terão outra alternativa, senão entregar os serviços a privados, que já estão, pacientemente, à espera do bolo. Foi este modelo que Thatcher aplicou, na Grã-Bretanha, para, silenciosamente, desmantelar sectores importantes do Serviço Nacional de Saúde nas zonas periféricas e menos desenvolvidas do país. E é este modelo que o actual ministro da Saúde perfilha, sem o assumir publicamente. E os sindicatos dos profissionais de Saúde, assim como as respectivas Ordens, já perceberam isto.
Alexandre de Castro   
2017 05 06
Ver também aqui.

NotaA descentralização, em si, não é um mal, desde que seja feita com bom senso e que se destine a fazer melhor, com mais qualidade, com maior rapidez e com menores custos. Mas, percebe-se que esta projectada descentralização tem por objectivo descaracterizar a universalidade e a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde, já que, mais tarde ou mais cedo, e tal como aconteceu com o sector da água, os municípios, por dificuldades financeiras,  acabarão por ter de optar pela sua privatização.     

Agradecimento


Agradeço ao Oscar Pedro e ao Manuel Ramalho a amabilidade de terem aderido ao Alpendre da Lua.

Ver aqui.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Trova do vento que passa _ Manuel Alegre / António Portugal _ Adriano Correia de Oliveira



Trova do vento que passa

Pergunto
ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
o vento nada me diz.

La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la, [Refrão]
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la. [Bis]

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.



Letra:Manuel Alegre
Música:António Portugal



***«»***
Não é só o vento que passa... 
É também o tempo, aquele tempo 
dos que sempre souberam dizer não...
AC

Agradecimento...


Agradeço ao José Osvaldo Bagarrão, Victor Carvalho, Manuel Veloso, Manuel Vaz, Joaquim Pegas, António Faro, Emanuel Pimentel, Joaquim Correia e à Maria do Sameiro e Donzília Conceição a amabilidade de terem aderido ao Alpendre da Lua.

Ver aqui.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O lado negro da internet _ a morte em directo


O crime de Cleveland coincidiu com a conferência anual do Facebook, tendo Mark Zuckerberg repudiado o acto e prometendo tomar medidas, ao nível da sua rede social, para evitar idênticas tragédias.

*

O lado negro da internet _ a morte em directo

Desde que comecei a participar activamente na blogosfera e no Facebook, tive logo a convicção que as redes sociais iriam operar mudanças no comportamento social das pessoas. De um momento para outro, abria-se um mundo novo e maravilhoso, através de um simples clik, capaz de emitir e receber informação, de modo instantâneo. O mundo tornava-se mais pequeno, pois passou a estar disponível nos ecrãs dos computadores. Textos, fotografias e vídeos inundavam o nosso quotidiano. Este é o lado positivo das novas tecnologias da comunicação, que vieram facilitar a vida das pessoas, das empresas e de todas as instituições sociais. Só que não há bela sem senão e medalha sem reverso. Por um lado, a intimidade e a privacidade das pessoas começou a estar ameaçada. Por outro lado, a actividade criminosa, escudando-se no anonimato e fazendo uso da boa-fé das pessoas, que julgam que "tudo o que é da internet é bom", passou a ser uma terrível ameaça à nossa segurança. Burlas, manobras de chantagem, crimes sexuais e calúnias começaram a aparecer na informação da comunicação social. E como nada foi feito para prevenir estes crimes, aparecem agora grupos de psicopatas, conhecedores das técnicas psicológicas de manipulação e de coacção, a promoverem a morte de pessoas em directo, quer a morte por suicídio, quer a morte por assassinato, tentando explorar o lado negro da morbidez humana.

É preciso parar para pensar. É necessário aperfeiçoar os métodos de vigilância, por parte dos operadores e também por parte dos governos, evitando-se, todavia, o recurso às compulsões censórias. Mas, principalmente, é necessário que cada utilizador das redes sociais se proteja a si próprio e à sua própria família. Eu fico abismado como é possível tanto descuido, quando vejo as pessoas a publicarem fotografias suas e dos familiares no facebook. É uma imprevidência que poderá custar caro a alguns utilizadores, que poderão ver essas fotografias utilizadas para outros fins, nada favoráveis aos seus titulares.

Há também uma outra frente a desenvolver. É urgente que os investigadores das áreas da sociologia, da psicologia social e da psicologia forense comecem a fazer estudos em profundidade sobre assunto, tentando perceber as causa e as motivações comportamentais dos utilizadores das redes sociais, assim como as dos criminosos que vão sendo apanhados pelas autoridades policiais.

Estamos perante um fenómeno novo. E como é novo, é desconhecido na sua profundidade, na sua extensão, na sua dimensão e na sua complexidade, que não resiste a teorizações de improviso e ocasionais. O tempo urge.
Alexandre de Castro

2017 05 02


terça-feira, 2 de maio de 2017

Alexandre de Castro Eu não sei o que é ser europeu. No meu bilhete de identidade nada consta sobre o assunto. Julgo que quem se proclama de europeu de gema, são aquelas pessoas, de que eu me envergonho, que, mal Portugal aderiu à então CEE, correram rapidamente às oficinas da especialidade, para adquirem para os seus automóveis a chapa de matrícula com as estrelinhas amarelas, em círculo, comportamento este, que pelo seu ridículo, entrou no anedotário nacional. Eu aconselho vivamente, aos que advogam a submissão do país, à emergente ditadura do capitalismo financeiro mundial (os tais mercados), que se debrucem sobre a crise financeira do país, em 1891/93. Foi uma crise de contornos idênticos ao da crise actual, apenas com a diferença que, na altura, não havia moeda única. Na segunda metade do século XIX, o país, que apenas vivia da agricultura e do comércio, optou, e bem, por fazer a industrialização, seguindo assim na peugada da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, França e Espanha. O governo contraiu na Bolsa de Londres sucessivos empréstimos para construir as vias férreas, na expectativa que com o aumento da riqueza a gerar pelas novas indústrias a instalar, viesse a arrecadar receitas fiscais excedentárias para pagar os juros e o capital da dívida. Por erros próprios dos sucessivos governos monárquicos, pela incapacidade congénita da classe empresarial, a crise larvar atingiu o limite no princípio da década de noventa. Os juros para conseguir novos empréstimos, que pagassem empréstimos anteriores a vencer, eram de tal forma elevados (tal como agora acontece), que o primeiro-ministro, Oliveira Martins, bisavô do actual presidente do Tribunal de Contas, desvalorizou a moeda nacional em 30%. A medida foi insuficiente. No ano seguinte, como a situação estava a ficar insustentável, o novo primeiro-ministro, Ferreira Leite, bisavô de Manuela Ferreira Leite, declarou a bancarrota, suspendeu o pagamento das dívidas, anulou a dívida interna do Estado, e lançou algumas medidas que estimulassem o mercado interno. Os primeiros três anos foram dolorosos, mas, passados três anos, devido ao aumento de competitividade, através do ajustamento da moeda, recurso que agora não temos, o país voltou novamente a crescer. Não foi preciso vendermos-nos ao estrangeiro, nem alienar a nossa soberania. E, curiosamente, na altura, não havia portugueses a proclamarem que queriam ser governados pela raínha Vitória.


Alexandre de Castro O artigo do jornal SOL, reproduzido nesta página da Lara Raquel Caldeira Ferraz, é esclarecedor, quanto à insolvabilidade dos países do sul da Europa. A moeda única não vai sobreviver, pois o BCE não tem capacidade para resgatar a Espanha e a Itália, cujas economias estão estagnadas. Portugal deverá sair da zona Euro, para à qual nunca deveria ter entrado, pois o euro é uma moeda de valor demasiado elevado para a sua economia, o que teve como consequência a perda de competitividade no exterior. Pode dar-se a imagem daquela criança que veste o casaco do pai. Fica-lhe grande.

Alexandre de Castro Eu já me dava por satisfeito, se fosse possível dar um golpe mortal no capitalismo financeiro, nacionalizando todos os bancos em todos países, criando uma moeda internacional, em substituição do dólar, ao qual reportariam as moedas nacionais, cujo valor seria calculado em função do seu PIB, deixando assim, o dinheiro, de ser uma mercadoria transacionável, que retomaria a sua função original, como meio de pagamento nas trocas comerciais. Deste modo, a especulação monetária não iria inquinar a economia produtiva de bens e serviços.

Obrigado Lara Raquel Caldeira Ferraz e Alexandre de Castro, pela divulgação e autoria deste "poste" que traduz a realidade que já por várias vezes me apeteceu denunciar publicamente... pois... como será, um dia destes? (...)

Julgo que os acontecimentos se vão precipitar, pois a situação, a nível financeiro e económico, esta a agravar-se ao minuto. O sinal foi dado pela necessidade de aprovar um Orçamento Retificativo para 2012, no fim do 1º trimestre, o que é inédito.
A realidade está a andar mais depressa do que as previsões. E as previsões do Orçamento Retificativo, segundo alguns economistas, também já estão ultr...apassadas. A partir daqui, fazer previsões a nível político passa a ser um acto especulativo.
O governo pode cair (parece já haver dissidências graves entre ministros, com alguns a não acreitarem na eficácia da política assumida), pode ocorrer um golpe de Estado, desencadeado pelos militares, e cuja tendência é uma incógnita, pode estalar, por simpatia, uma grande revolta popular.
A própria UE já não acredita que Portugal, tal como a Grécia, tenha sustentabilidade, através da moeda única.
Nunca pensei viver um momento destes, que a ocorrer, será dos mais graves da nossa História.
Alexandre de Castro

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Jantar / Debate _ ADES - Associação em defesa do Estado Social

Clicar na imagem, para ampliar.

ALPENDRE DA LUA DADOS ESTATÍSTICOS – ABRIL 2017 (1)


ALPENDRE DA LUA
DADOS ESTATÍSTICOS – ABRIL 2017 (1)


JANEIRO 2017 ….............  42.044 visitas
FEVEREIRO 2017 .............13.806 visitas
MARÇO 2017 …………    21.630 visitas
ABRIL2017 ………………11.816 visita
                              **
Histórico total de
visualizações de páginas …. 519.493
                               **
PÁGINAS MAIS VISITADAS EM ABRIL 2017

O 25 de Abril 1974-100 Fotografias- 2.212 vis.

Portugal antes 25 Abril 1974
100 Fotografias …………………      1.680 vis.

Dois Brancos e um Preto ………          483 vis.

Os inconvenientes de ainda
ter um telemóvel a preto e branco…      449


(1)   - DADOS DO GOOGLE

Não são consideradas aqui as visitas efectuadas
no Abril de Novo Magazine, ao qual o Alpendre
da Lua está acoplado.

                                                                     2017 05 01