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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mil estudantes de medicina protestam contra falta de vagas para internato

O problema é que a capacidade do internato médico é de apenas 1500 vagas
Perto de mil estudantes de medicina concentraram-se nesta quinta-feira frente do Ministério da Saúde numa acção simbólica de protesto contra o excesso de alunos e a falta de vagas para o internato médico, fundamental para poderem exercer a profissão.
Numa acção simbólica, os estudantes vestiram batas brancas e ostentavam ao peito “senhas de espera” para poderem completar a formação em medicina. O presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Manuel Abecassis, lamentou a “falta de articulação entre os ministérios da Saúde e do Ensino Superior”.
Esta falta de articulação permite que mais vagas do curso de medicina sejam abertas, sem que haja depois capacidade de respostas para estes estudantes, ao nível do internato médico. O problema é que a capacidade do internato médico é de 1500 vagas, enquanto o número de estudantes a sair das faculdades nos próximos anos chega aos dois mil e vai crescer mais ainda, explicou.
PÚBLICO
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Não se compreende!.... Com tanta falta de médicos no SNS, e com milhares de utentes sem Médico de Família, o Ministério da Saúde não dá saída profissional para  totalidade dos novos licenciados em Medicina, abrindo mais vagas para o Internato Geral, como seria a sua obrigação. Trata-se de um duplo desperdício. Em primiro lugar, não se aproveitam os meios humanos disponíveis, que tanta falta fazem. Em segundo lugar, fica comprometido, em termos sociais e económicos, o retorno do investimento na formação superior daqueles licenciados, que, se não obtiverem a graduação do Internato Geral, não poderão exercer a profissão, para a qual estudaram.
A subordinação deste governo a uma visão economicista da Saúde, mais preocupado com os números do défice do que com a plena funcionalidade do SNS, pretende, em última instância, transferir as responsabilidades assistenciais para os privados. A Saúde e a Segurança Social, dois pilares fundamentais da coesão social, mas que, em termos económicos, apresentam uma elevada rentabilidade potencial, há muito tempo que se encontram na mira dos predadores habituais.

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