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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Notas do meu rodapé: É a economia, estúpido!...


Com a economia a sair da crise de forma mais
lenta do que o previsto e do que a média
europeia, o Governo português não vai conseguir
cumprir os seus objectivos para o défice público.
A previsão é do Fundo Monetário Internacional
que projecta para Portugal, este ano, um
desequilíbrio orçamental igual ao da Grécia.
... Portugal e os seus parceiros de dificuldades,
pressionados pelos mercados financeiros, não têm
tempo para pensar na economia, apenas no défice,
defende o FMI.
PÚBLICO
***
Quando o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) foi conhecido, saltou logo à vista que a seu principal objectivo incidia exclusivamente na questão financeira, omitindo por completo qualquer abordagem à situação da economia. Falava de finanças, mas não falava de economia, a não ser aquela referência óbvia, de que sem as finanças equilibradas não poderia assegurar-se o crescimento económico, o que nos leva a afirmar que estamos apenas na presença de um plano de estabilidade financeira.
E se estabilizar as finanças, reduzindo o défice e a dívida pública, à custa dos imensos sacrifícios a serem impostos aos portugueses assalariados, se apresenta escalonado num horizonte temporal de três anos, por via do cumprimento das obrigações internacionais, o mesmo não se pode dizer em relação à evolução da economia. E a pergunta que se coloca inevitavelmente é esta: o que iremos fazer em 2013 com a economia, sabendo que o paradigma em que assentou o desenvolvimento económico do país nos últimos trinta anos se encontra completamente esgotado?
Com as medidas restritivas que estão anunciadas, em 2013 vamos ter um país mais pobre e mais desigual, com mais desemprego, devido à falência das empresas que funcionam para o mercado interno, e com um nível salarial médio mais baixo, que é fundamentamente o objectivo que se pretende atingir com o PEC, na vã esperança de, futuramente, ganhar-se competitividade externa, para poder repetir a aplicação do mesmo modelo económico. Parentes pobres da Europa, iremos ainda ficar mais pobres.
Este é o resultado da governação alternada do PS e do PSD ao longo de três décadas, para quem a economia serviu para alimentar os grandes grupos económicos e financeiros, que não se ressentiram da crise e que até se dão ao luxo de distribuir obscenos prémios de desempenho aos seus gestores de excelência.
http://economia.publico.pt/Noticia/fmi-preve-retoma-muito-lenta-em-portugal-e-defice-publico-igual-a-grecia-este-ano_1433440

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